O trabalho de Rogério Ceni fez o Bahia voltar a ter um técnico por um ano de duração, apenas o quarto a conseguir o feito neste século 21. Neste mesmo dia 9 de setembro, em 2023, o ex-goleiro foi anunciado para substituir Renato Paiva, que havia pedido demissão em meio a forte da pressão da torcida pelos maus resultados no Campeonato Brasileiro.
De lá pra cá, o Bahia de Ceni viveu altos e baixos. Objetivos importantes foram alcançados, mas ao mesmo tempo a expectativa da torcida também teve momentos de ser frustrada. A estreia oficial foi diante do Coritiba, com um triunfo por 4 a 2, fora de casa, no dia 15 de setembro do ano passado.
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Goleada histórica sobre o Atlético-MG
Apesar de ter pego o time fora da zona de rebaixamento, o Bahia fazia sua segunda pior campanha na história dos pontos corridos e fatalmente cairia para a Série B caso mantivesse o mesmo ritmo de pontuação, visto que nenhuma equipe sobreviveu na elite com um aproveitamento daquele (33,33%).
Mesmo fazendo o Tricolor melhorar sua campanha, o crescimento dos adversários e duas derrotas inesperadas levaram o time para o Z-4 faltando apenas uma rodada para o fim do Brasileirão. O São Paulo, que não havia vencido fora de casa até aquela partida, e o América-MG, que já estava matematicamente rebaixado, bateram o time de Ceni e criou-se um clima de poucas esperanças na permanência do time na elite.
Para isso, era necessário vencer o Atlético-MG, melhor time do returno do Campeonato Brasileiro, e ainda torcer por um tropeço de Vasco da Gama ou Santos, que estavam na mesma briga. O time paulista ajudou perdendo em casa para o Fortaleza e o Bahia fez história: goleou o Atlético-MG por 4 a 1 quando ninguém esperava, se mantendo na Série A para 2024.
Novo ano e nova perspectiva
Contemplado pelos investimentos do City Football Group na sua SAF, o Bahia entregou reforços de peso para Rogério Ceni mudar a cara do time em 2024. Caio Alexandre, Éverton Ribeiro, Jean Lucas e Santiago Árias foram as principais contratações, que rapidamente chegaram trazendo impacto e viraram titulares na equipe que disputava o Campeonato Baiano, Copa do Nordeste e fases inciais da Copa do Brasil
O início de ano foi promissor para o Bahia de Ceni, que apresentava bons resultados e jogava um futebol que agradava a torcida. No entanto, a primeira grande decepção viria no primeiro dos seis encontros com o rival Vitória, que retornava da Série B com uma expectativa muito abaixo do Esquadrão para a temporada.
Retrospecto em clássicos
As más atuações do Bahia em clássicos contra o Vitória colocaram um gosto amargo no clima de lua de mel entre Ceni e a torcida. O Tricolor perdeu duas partidas de virada por 3 a 2 no Barradão, além de ter empatado por 1 a 1 na Arena Fonte Nova. Todos esses tropeços foram pelo Campeonato Baiano, o que incluiu os dois jogos da grande final. O resultado foi um amargo vice-campeonato mesmo com o favoritismo a favor.
A parte boa foi ter conseguido se sair melhor nos clássicos fora do Baianão, com duas vitórias e um empate por 2 a 2 no Barradão, isso após estar perdendo por 2 a 0. Os resultados renderam ao Bahia a vaga para as quartas de final da Copa do Nordeste e quatro pontos na tabela do Campeonato Brasileiro. Veja abaixo o retrospecto dos jogos contra o rival Vitória:
- Vitória 3x2 Bahia - primeira fase Campeonato Baiano
- Bahia 2x1 Vitória - primeira fase Copa do Nordeste
- Vitória 3x2 Bahia - finais do Campeonato Baiano
- Bahia 1x1 Vitória - finais do Campeonato Baiano
- Vitória 2x2 Bahia - 3ª rodada Campeonato Brasileiro
- Bahia 2x0 Vitória - 22ª rodada Campeonato Brasileiro
Bom início de Brasileirão e nova frustração com a Copa do Nordeste
Depois de perder o Baiano para o Vitória, o início de campanha do Bahia no Campeonato Brasileiro trouxe uma nova confiança para o trabalho de Rogério Ceni. Além de disputar nas primeiras posições da tabela, o Tricolor também avançou às oitavas de final da Copa do Brasil e colocou novos rumos na temporada: a busca por uma vaga na Copa Libertadores.
A empolgação da torcida tricolor, no entanto, foi novamente quebrada com uma queda inesperada nas semifinais da Copa do Nordeste. O time comandado por Ceni não saiu do 0 a 0 com o CRB, que disputa a Série B, e foi eliminado da competição regional após derrota na disputa de pênaltis.
Oscilação na Série A e tropeços decisivos na Arena Fonte Nova
Depois de passar boa parte do Brasileirão brigando entre o G-4 e G-6, o Bahia começou a oscilar na reta final do primeiro turno e se viu prejudicado por tropeços frustrantes na Arena Fonte Nova. As derrotas para Cuiabá e Corinthians, além do empate com o Internacional, fizeram o time de Rogério Ceni cair de aproveitamento como mandante e resultaram no fim de uma longa invencibilidade no estádio.
O golpe ainda mais duro viria na Copa do Brasil. Após eliminar o Botafogo nas oitavas e encher a torcida de esperança, o Bahia conheceria sua terceira derrota em casa na temporada no jogo de ida das quartas de final, contra o Flamengo. A volta será no Maracanã, e, com a desvantagem de um gol, Ceni terá que derrotar seu ex-clube pela primeira vez para tentar um feito histórico: levar o Esquadrão de maneira inédita às semifinais.
Atual momento e formação preferida
O Bahia agora ocupa a 7ª colocação no Brasileiro, posição que ainda não garante vaga na próxima Copa Libertadores. No entanto, existe a possibilidade do G-6 virar ao menos um G-7 após os resultados dos adversários na Copa Libertadores e Copa do Brasil. Caso aconteça, Rogério Ceni estaria conquistando o feito de levar o Esquadrão de volta para a maior competição da Conmebol após 36 anos da última participação, em 1989.
Dono de um estilo ofensivo e focado na troca de passes e posse de bola, o Bahia de Rogério Ceni tem jogado durante todo o ano de 2024 com a formação 4-4-2. Sua escalação preferida é a seguinte: Marcos Felipe; Árias, Gabriel Xavier, Kanu e Luciano Juba; Caio Alexandre, Everton Ribeiro, Jean Lucas e Cauly; Everaldo e Thaciano.
O quarteto de meio-campo tem sido o principal trunfo do time, que proporciona bom controle das ações e boas combinações de jogadas por dentro. Ao mesmo tempo, parte da torcida também cobra que os jogadores sejam mais agressivos no campo de ataque, enquanto Ceni preza pela cadência e toques curtos, estilo de jogo que divide opiniões.