
A situação está quente no Rio de Janeiro. Depois de uma megaoperação que botou o Complexo da Penha em estado de guerra, o Governo Federal atendeu ao pedido do estado e aceitou transferir dez chefes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. O movimento tenta isolar os líderes que passam ordens de dentro das cadeias. Mas, por enquanto, a mudança ainda depende do aval da Justiça do Rio.
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Os 'traficas' estão presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, e fazem parte do alto escalão da facção. Entre eles, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, e Edgar Alves de Andrade, o Doca, também chamado de Urso. Segundo a polícia, mesmo atrás das grades, eles seguem controlando o tráfico em comunidades do Alemão e da Penha, com ajuda de aliados armados até os dentes. As informações são do g1.
Na manhã desta terça-feira (28), agentes de segurança gravaram o início da operação. As imagens mostram 23 homens fortemente armados reunidos no alto do morro, na preparação para escaparem pela mata. Alguns estavam com roupas camufladas e fardas parecidas com as da polícia, o que deixou a identificação ainda mais difícil.
Indivíduos de vários estados
Em outro trecho da gravação, a cena é ainda mais tensa: dezenas de faccionados aparecem perto da mata. A polícia afirma que entre eles estavam os 'cabeças' do tráfico de outros estados, como Bahia, Goiás, Espírito Santo, Ceará, Amazonas e Pará, além de nomes da cúpula da facção no Rio. As investigações indicam que Doca já tinha deixado a área de casas do Complexo da Penha e se escondido na Serra da Misericórdia, onde aconteceu o confronto mais pesado.
Soldados do crime na atividade
A mesma mata usada na fuga também funciona como área de treinamento para os novos integrantes da facção, a exemplo de menores de idade. Segundo a polícia, é lá que os novatos aprendem as táticas de guerra usadas pelos grupos armados nas comunidades.
Imagens incluídas no relatório da investigação mostram cenas de extrema violência, como o momento em que um homem é arrastado por uma moto, acusado de ter roubado dinheiro do tráfico. Acredita-se que ele foi morto logo depois.
Dados das polícias Civil e Militar apontam que seis em cada dez comunidades estão sob o domínio da facção. O restante é comandado por milicianos e outros grupos criminosos.
Taxa-crime
Nos últimos anos, o CV mudou o jeito de explorar os territórios. Além da venda de drogas, a facção passou a cobrar taxas pra que moradores tenham acesso a serviços básicos, como gás, transporte e internet.
O grupo também expandiu a atuação pra outras regiões do país. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen), o Comando Vermelho já está presente em 24 estados e no Distrito Federal.
