
As festas tipo paredão estão entre os eventos mais comuns nas ruas dos bairros de Salvador, as quais atraem dezenas de moradores e balançando as comunidades com o som estridente. No entanto, esse tipo de evento caiu no conceito da população por conta da marginalidade, deixando muitas pessoas cismadas de frequentar, como o blogueiro Tiago Casado.
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O 'blog' desabafou, em entrevista ao podcast Podfofoca Salvador, sobre a sensação de insegurança em relação às festas. Ele explicou que deixou de frequentar esse tipo de 'rolê' por desconfiança do ambiente perigoso na capital baiana. Além disso, após assumir a paternidade, refletiu sobre resguardo e tranquilidade para cuidar do filho.
"Eu diminui muito de sair, é muito raro eu sair, só se for pra algum trabalho. Lazer eu faço em minha casa ou então alugo uma casa, vou pra outro lugar e saio, mas estar em paredão, festa de rua eu não tô porque tá perigoso. Hoje em dia você vai tirar uma foto, pessoal diz que você é uma coisa e sua vida pode acabar ali por causa disso. Eu evito muito", afirmou.
Assista ao vídeo:
Festa, tiros e desespero
A 'cisma' de Tiago não é à toa. Estatísticas refletem o crescimento da violência armada nas festas tipo paredão este ano, substituindo a curtição por correria, tiroteios e mortes.
Dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado indicam que cerca de 31 pessoas acabaram baleadas durante eventos gerais em Salvador e RMS entre janeiro e agosto.
Desse total, 17 vítimas receberam pipocos em 'reggaes' tipo paredão - incluindo cinco baleadas em operações policiais - o que equivale a 55% dos casos contabilizados em 2025.

Já entre os 31 baleados, nove morreram e 22 ficaram feridas. Os números representam um crescimento de 287,5% em comparação com o mesmo período de 2024.
Os eventos de rua têm sido alvos constantes das autoridades, como forma de combate ao crime. Na noite deste domingo (14), por exemplo, policiais da 48ª CIPM apreenderam cinco aparelhos de som do tipo 'paredão' em Sussuarana.
Neste caso, a infração ganhou o registro de "uso de som cujo volume ou frequência perturbe o sossego público". No fim da ocorrência, os aparelhos e carros foram levados ao pátio da Transalvador.