“A gente já sai de uma eleição planejando a seguinte”. A frase dita por um figurão político em clima de resenha, na última semana, deixa clara que as eleições de 2024 em Salvador já começaram, pelo menos internamente. Por isso, o Portal MASSA! traz um levantamento com os principais nomes já indicados pelas siglas para o Palácio Thomé de Souza.
Bruno Reis (União Brasil)
Uma coisa já é certa: Bruno Reis será candidato à reeleição. O prefeito, que tem buscado não falar sobre política com antecedência, já deu a ‘senha’ que tentará um novo mandato na Prefeitura (por direito). Embora os mais empolgados tenham feito um movimento em vão para trazer o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) para a briga, a hipótese já foi descartada por ambas as partes, que entendem que é o momento de Bruno exercer seu papel de prefeito e renovar (ou tentar) o seu mandato por mais quatro anos.
Dentro da base, os aliados consideram Bruno Reis imbatível, e acreditam que ele será eleito com uma margem ainda maior que a ampla vitória de 2020. O anúncio do apoio do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), à reeleição de Bruno, feito na última segunda-feira (28), reforçou ainda mais a imagem de favorito do prefeito, que já conseguiu garantir, por tabela, a permanência do PSDB na base.
Os tucanos, que sonham com a vaga de vice na chapa, terão que vencer a concorrência com o PDT, que hoje já ocupa o espaço com Ana Paula Matos, e com o Republicanos, que também pleiteia o posto.
Robinson Almeida (PT)
Robinson Almeida é o nome do PT para a prefeitura. O deputado estadual, que teve sua pré-candidatura oficializada na última semana, com afagos da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, conseguiu fazer valer a vontade de representar a sigla nas urnas, mesmo com uma ala que fazia um esforço para trazer José Trindade para as fileiras da legenda e lançar o 'presida' da Conder como postulante.
Valeu o discurso de Éden Valadares, presidente do PT na Bahia, de que o candidato seria um petista ‘orgânico’, diferente da estratégia adotada em 2020, quando o partido se arriscou e jogou Major Denice Santiago para o pleito.
Alguns nomes dentro do partido acreditam que Robinson pode passar, no pior dos cenários, de 30%. A ideia é que o candidato petista consiga puxar uma bancada maior para a sigla na Câmara Municipal de Salvador.
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Olívia Santana (PCdoB)
A deputada estadual Olívia Santana, quinta colocada na eleição de 2020, também já botou o nome pra jogo e anunciou sua pré-candidatura para o próximo ano. A parlamentar, entretanto, terá que convencer a federação formada por PCdoB, PT e PV a encabeçar a chapa, já que o bloco poderá ter apenas um candidato.
Uma hipótese ventilada, mas sem força, é uma chapa com Olívia e Robinson, com um na cabeça e outro na vice. A solução caseira ainda está no campo das especulações.
Geraldo Júnior (MDB)
O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) não se abalou com o anúncio do apoio de Carlos Muniz, aliado de longa data, a Bruno Reis, e pontuou que continua com o mesmo desejo de governar Salvador.
Geraldinho, que já chegou a pintar como favorito da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para disputar a prefeitura, tem dito que só será candidato no seguinte cenário: único nome do grupo com apoio de todos os partidos do bloco. Apesar do esforço para se manter em evidência, Geraldo não deve forçar a barra para impor o nome.
José Trindade (PSB)
Presidente da Conder, José Trindade é a bola da vez do PSB pra tentar a prefeitura. Sua candidatura conta com um diferencial: a atuação do ministro Rui Costa (PT) para bancar o se nome, com direito a um 'exército' para fabricar a imagem de postulante ao executivo municipal.
A máquina da Conder é vista como um fator positivo, já que coloca Trindade como um 'tocador de obras' em Salvador. A tese é defendida até mesmo por petistas insatisfeitos com a escolha de Robinson Almeida como pré-candidato, postura considerada precipitada por algumas alas.
PSB
Além de Trindade, o PSB tem a ex-prefeita Lídice da Mata e o vereador Sílvio Humberto como opções de candidatura. A deputada, única mulher a ocupar o Thomé de Souza, não esconde que pode tentar voltar à prefeitura, enquanto Sílvio tem proposta discutir, antes de nomes, um programa que consiga atender a população mais vulnerável.
João Roma (PL)
Terceiro na disputa pelo governo da Bahia em 2022, o ex-ministro João Roma permanece como o principal representante do bolsonarismo no estado. Roma tem colocado na mesa o seu nome para tentar a prefeitura da capital, mas também não descarta apoiar o prefeito Bruno Reis.
Caso queira ser candidato, Roma terá que enfrentar primeiro a resistência da ala radical do PL, insatisfeita com a condução da legenda no estado . Dentro do partido, o entendimento é que Roma não é um seguidor dos ideais do bolsonarismo e dirige a sigla de acordo com seus interesses.
Psol
O Psol hoje tem três nomes no páreo para a prefeitura de Salvador: Hilton Coelho, Tâmara Azevedo e Kleber Rosa.
Candidato na última eleição, Hilton , experiente em majoritárias, não descarta uma nova candidatura. O deputado estadual, porém, já declarou que o partido pode apresentar Tâmara ou Kleber, nomes bem avaliados na legenda.
Tâmara foi quarta colocada na eleição para o Senado em 2022, e é tida por alguns nomes do Psol, em condição de anonimato, como o perfil ideal para representar a plataforma de gestão defendida pelo partido. Mulher e negra, Tâmara pode conseguir dialogar com uma fatia 'generosa' da população soteropolitana, e por isso pode ser a escolhida entre os psolistas.
Kleber Rosa, que também conseguiu se destacar ao tentar o governo da Bahia em 2022, já se colocou à disposição para concorrer à prefeitura, e deve levar até o final a sua vontade de disputar o Palácio Thomé de Souza.
Antônio Brito (PSD)
O deputado federal Antônio Brito pode tentar repetir o feito do pai, Edvaldo Brito, único negro a comandar Salvador. Sua possível candidatura é avaliada com ânimo dentro do PSD, que busca se consolidar na capital e aumentar a bancada na Câmara Municipal.
Antônio também é cotado para concorrer à presidência da Câmara dos Deputados em 2025.
Nomes como Pastor Sargento Isidório (Avante), que disputou o pleito em 2016 e 2020, e Eleusa Coronel (PSD), esposa do senador Angelo Coronel, também correm por fora. Ambos, até o momento, não se manifestaram sobre possíveis candidaturas.