O presidente do bloco 'As Muquiranas', Washington Paganelli, disse que está trabalhando para identificar os integrantes que cometeram o crime de assédio sexual contra as mulheres durante o Carnaval de Salvador deste ano.
No entanto, ele afirmou não ser possível multar ou prender os mesmos, mas que trabalha para que sejam excluídos do bloco. A declaração foi dada em participação no programa Isso é Bahia, da Rádio A TARDE FM (103.9) nesta sexta-feira (24).
As afirmações do presidente ocorrem no momento em que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga os atos de assédio, importunação sexual e violência cometidos por associados do bloco. Além disso, a Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Salvador pretende realizar uma audiência pública para avaliar a instauração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do grupo e dos seus integrantes.
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Nós estamos tentando identificar os foliões, eles serão excluídos do bloco
Washington Paganelli, presidente do bloco 'As Muquiranas'
“Eles estão no cadastro da PM, da Secretaria de Segurança Pública. A gente tem parcerias com a Secretaria de Reparação do Governo, com participação no “Respeita as Minas”. A secretaria municipal da área também foi incorporada, mandamos mensagens ao folião, tínhamos o projeto de palestras em bairros, conscientização dos foliões. E a violência não é só no Carnaval. Essa violência não é só com o folião das Muquiranas”, disse Paganelli.
Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível observar o momento em que uma mulher é atacada por membros do bloco As Muquiranas. Nas imagens, os homens aparecem jogando água na mesma. Eles ainda colocaram pistolas d'água em suas nádegas. O caso foi registrado na última terça-feira de folia, durante a passagem do bloco pelo Circuito Osmar (Campo Grande). E as agressões só pararam após a vítima ser socorrida por agentes da Guarda Municipal.
No Carnaval deste ano, os integrantes do bloco ainda protagonizaram atos de vandalismo. Com fantasias de enfermeiras, os foliões subiram em banheiros químicos, pontos de ônibus e portões de prédios comerciais e privados.
Sobre as ocorrências de vandalismo, Paganelli disse ao A TARDE que foram registrados 50 casos no primeiro dia de saída do bloco, no sábado (18). Após o ocorrido, ele teve uma conversa com o secretário da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Luciano Ribeiro, e que os casos caíram, com a ajuda dos próprios integrantes das Muquiranas.
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“É fácil [repercutir] quando é com as Muquiranas, por causa das fantasias. Mas vai alguém com uma camisa branca cometer os atos. Nós vamos conscientizar, passar a mensagem de que estes foliões agem contra a população e o bloco que diz amar. E vamos levar isso para os bairros. As Muquiranas não é [um bloco] homofóbico, temos todos os gêneros sexuais. Só não temos mulheres, mas estamos até estudando a criação de um bloco para elas. E a gente pede a ajuda da imprensa e da população para que aqueles que cometeram os atos sejam devidamente identificados e punidos, concluiu o presidente.