
Chegam as 'festanças' de fim de ano e todo mundo pensa logo nas comidas, na 'água dura' e em tudo que foi regrado durante os 12 meses. No entanto, o gastroenterologista Jean Tafarel passou a visão da importância de manter o cuidado e não se empolgar totalmente na hora de meter o 'pé na jaca'.
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A conta é simples e objetiva: quando se come muito, o estômago fica na obrigação de produzir mais ácido para dar conta da digestão, prejudicando, principalmente, quem sofre com gastrite ou refluxo, conforme salientou o gastro dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Jean Tafarel.
O especialista ainda detalhou que quando não há esse freio de perceber que 'já deu', pode causar aquela velha sensação de estufamento, que mal dá para respirar. Nesse pique, surge alguns sintomas, como:
➡ Queimação;
➡ Azia;
➡ Regurgitação.
Hora de comer
O que se come não é o único problema enfrentado nesse período. A situação complica para quem tem gastrite ou refluxo devido ao horário que costuma começar a ceia. Tafarel recomenda dar um intervalo de duas horas entre a última refeição e o momento de deitar para dormir.
Quando a pessoa se deita logo após a refeição, é como uma garrafa mal tampada: o conteúdo tende a voltar
Jean Tafarel - Gastroenterologista
Se ligue nas comidas mais perigosas:
➡ Frituras;
➡ Empadões;
➡ Massas gordurosas;
➡ Queijos amarelos;
➡ Embutidos e molhos ricos em tomate.
Cuidado com a cachaça
O consumo excessivo de álcool é um dos principais fatores de risco que ganham força em dezembro. Bebidas destiladas ou fermentadas podem provocar inflamação no pâncreas, levando à pancreatite, condição marcada por dor intensa em faixa, que pode se espalhar para as costas.
O álcool também favorece o acúmulo de gordura no fígado. Segundo Tafarel, alguns comportamentos funcionam como sinais de alerta: “Quando a pessoa precisa beber logo pela manhã para aliviar a ressaca ou se irrita ao ser questionada sobre o consumo, é um indicativo claro de que os hábitos precisam ser revistos”.
Dicas importantes
Após as broncas, o especialista também deu algumas dicas para quem já exagerou, mas não quer sofrer tanto com as consequências daqui para frente. Tafarel indica comer devegar e não beber líquidos logo depois de 'bater o rango'.
Isso porque o excesso de bebida dilui o suco gástrico e torna a digestão mais lenta. Mesmo assim, sintomas como dor abdominal forte, febre, vômitos persistentes ou diarreia exigem atenção médica imediata, especialmente em idosos, crianças e pessoas com imunidade reduzida.
Pequenas atitudes podem garantir que a festa seja lembrada pelo encontro, e não pelo desconforto do dia seguinte.
Jean Tafarel - Gastroenterologista
