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Gigantomastia - 01/08/2025, 08:49 - Amanda Souza

Dor, peso e impacto na autoestima: mamas grandes e a saúde da mulher

Cirurgia reparadora de mama pode ser realizada gratuitamente no SUS

Imagem ilustrativa da imagem

A gigantomastia, também conhecida como hipertrofia mamária, é uma condição caracterizada pelo crescimento excessivo das mamas, geralmente associada a fatores hormonais e genéticos. Apesar de muitas vezes ser vista apenas por seu aspecto estético, essa condição pode comprometer profundamente a saúde física e emocional das mulheres.

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Segundo o cirurgião plástico Guilherme Queiroz, coordenador do Hospital da Mulher, que é referência estadual em cirurgias de mama, o excesso de volume mamário causa impactos diretos na coluna vertebral.

Aspas

O peso das mamas gera dores intensas nas regiões cervical, torácica e lombar, podendo levar a deformidades como escoliose e lordose.

Guilherme Queiroz, cirurgião plástico
Dr. Guilherme Queiroz
Dr. Guilherme Queiroz | Foto: Arquivo pessoal

Os efeitos se estendem à vida cotidiana. "Essas pacientes faltam ao trabalho, vivem sob o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, e muitas vezes não conseguem encontrar roupas adequadas ou se sentem constrangidas em situações do dia a dia, como ir à praia".

Ainda de acordo com o médico, não existe um critério universal para determinar a gigantomastia, mas, no Hospital da Mulher, são consideradas elegíveis para cirurgias, por exemplo, as pacientes com sutiã acima do número 48 e que tenham ao menos um quilo de tecido mamário a ser removido.

“Já retiramos até sete quilos em um único procedimento, 3,5 kg de cada mama. O impacto é brutal na autoestima e no bem-estar dessas mulheres”, acrescenta o médico.

Além da dor física, o desconforto psicológico é marcante. "Algumas mulheres usam três sutiãs juntos tentando achatar a mama. Além da saúde, é uma condição que compromete a forma como a mulher se vê e se relaciona com o mundo”, reforçou o especialista.

Aspas

Algumas pacientes relatam que só têm relações sexuais com a luz apagada, ou que não tiram o sutiã nem mesmo nesses momentos mais íntimos.

Guilherme Queiroz

É possível realizar a cirurgia pelo SUS, sabia?

Na Bahia, a mamoplastia redutora está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os casos considerados reparadores, ou seja, quando a hipertrofia mamária compromete a saúde da paciente.

“Não se trata de uma cirurgia estética. O SUS não cobre casos em que a motivação é apenas aparência ou queda leve da mama. Estamos falando de mulheres com dores intensas, restrições funcionais e sofrimento físico e emocional real”, destacou o Dr. Guilherme Queiroz.

Para entrar no programa de cirurgias redutoras do Estado, é necessário atender a três critérios principais:

• Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 30;
• Tamanho de sutiã a partir do número 48;
• Laudo médico de mastologista ou ortopedista que comprove os prejuízos funcionais da gigantomastia.

Com os documentos em mãos, a mulher deve procurar uma Unidade de Saúde Básica, UPA ou Policlínica Estadual para ser cadastrada na Lista Única de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade.

Cirurgia em números

De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), o número de internações por mamoplastia redutora em mulheres pelo SUS vem crescendo de forma significativa nos últimos anos.

Entre 2008 e 2022, a média anual ficou abaixo de 350 procedimentos. Em 2023, esse número subiu para 472. O salto mais expressivo ocorreu em 2024, com 880 cirurgias realizadas, um aumento de 86% em relação ao ano anterior.

Cirurgia pelo SUS não tem caráter estético
Cirurgia pelo SUS não tem caráter estético | Foto: Reprodução / Freepik

Em 2025, até o início de julho, já foram contabilizados 389 procedimentos, o que indica a possibilidade de novo recorde até o fim do ano, caso o ritmo seja mantido.

Ao todo, entre 2008 e 2025, a Bahia já realizou 5.448 mamoplastias redutoras de caráter reparador em mulheres pelo SUS.

O Dr. Guilherme reforça que, apesar da grande demanda, o cenário atual é mais promissor. "O que eu posso dizer para essas mulheres é que procurem a unidade de saúde já dentro de um peso ideal para a cirurgia e, estando dentro dos critérios, mesmo que demore um pouco [em razão da fila], ela vai conseguir fazer a cirurgia".

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Antigamente era muito difícil conseguir essa cirurgia pelo SUS. Hoje temos uma estrutura maior.

Guilherme Queiroz

Onde fazer em Salvador?

Em Salvador, a mamoplastia redutora pelo SUS está disponível nos seguintes hospitais:

• Hospital da Mulher
• Hospital 2 de Julho
• Hospital Santo Antônio
• Hospital Aristides Maltez
• Hospital Universitário Professor Edgard Santos
• Hospital Municipal
• Maternidade Maria da Conceição de Jesus

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