
Após o corpo de uma mulher decapitada ser encontrado em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, o secretário de Segurança Pública do estado, Marcelo Werner, afirmou que o enfrentamento às facções criminosas continuará sendo prioridade. Em entrevista ao Grupo A TARDE, ele destacou a necessidade de operações integradas e de legislações mais rígidas para combater crimes violentos.
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A vítima, identificada como Eduarda Rodrigues dos Santos, de 22 anos, foi encontrada morta na Rua São Lourenço, no bairro Santa Lúcia, em Eunápolis, na tarde de terça-feira (2). Seu corpo estava ao lado de um bilhete, supostamente deixado pelos criminosos que cometeram o crime.
Em imagens que circulam na internet é possível ver o conteúdo da carta, que dá a entender que a morte foi uma ação do "tribunal do crime" após uma suposta "traição" da vítima.
Veja:

Enfrentamento
Werner ressaltou que a região tem recebido diversas ações conjuntas entre as polícias Militar, Civil e Federal, todas direcionadas pela inteligência. "Temos tido maior trabalho e dedicação do nosso maior patrimônio, os homens e mulheres policiais, para fazer o combate e acima de tudo estar do lado da população, que é essa que é a nossa função principal, protegê-los".
Nós não vamos cessar essas ações, vamos continuar trabalhando. Não podemos permitir que ações de barbáries e terror como essa se perpetuem ou passem impune.
Marcelo Werner
Segundo o secretário, o principal desafio é a guerra entre facções, que impacta diretamente as comunidades. Ele explicou que os grupos locais estão associados a grandes organizações criminosas do Sudeste, adotando práticas violentas e de intimidação.
“As facções já não têm mais uma localidade específica, elas se conectam a outras, trazendo modos operandi de terror que precisamos enfrentar”, disse.
Medidas
Entre as medidas adotadas, Werner destacou a prisão de lideranças, apreensão de armas, desarticulação de laboratórios de drogas, retirada de barricadas e sistemas de monitoramento instalados ilegalmente pelas facções. Além de defender mudanças legislativas em nível nacional.
Temos provocado muito o Congresso para que possamos ter leis mais duras contra facções e crimes violentos
Marcelo Werner
O secretario afirmou ainda que o trabalho vem sendo fortalecido em parceria com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça da Bahia, mas reforçou que o desafio é de todo o país. “Esse não é um problema apenas da Bahia, é um problema nacional. Por isso precisamos avançar cada vez mais para reduzir os índices criminais e proteger a população”, concluiu.