
Os assassinatos brutais dos trabalhadores de uma empresa provedora de internet, Ricardo Antônio da Silva Souza, Jackson Santos Macedo, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, mobilizaram cerca de 50 profissionais da área em uma manifestação realizada nesta quarta-feira (17).
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Gritos por segurança, mensagens de luto e protestos tomaram conta da região do Iguatemi. Entre os protestantes estava Marcelo Aragão, que 'trampa' há mais de 10 anos na área e, em desabafo à reportagem do MASSA!, relatou viver uma rotina constante de medo diante dos casos violentos, especialmente após as mortes dos colegas.
Apesar de terem dialogado com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que garantiu a prioridades na captura dos criminosos responsáveis, Marcelo afirmou que o objetivo da manifestação orgânica é clamar pela vida das pessoas ceifadas e por maior segurança para a categoria.
"Enfrentamos isso todos os dias, somos revistados pelos traficantes, querendo saber em qual bairro a gente mora, se a empresa está fazendo instalação de câmeras de segurança, da polícia, então, de fato, vivemos refém dessa violência, e a tendência é isso se alastrar para outras comunidades e colocar em risco os empregos de todos que estão aqui nesse movimento", disse.

Representando o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia (Sinttel), o presidente da entidade, José Leite Ferreira, classificou o caso como "tragédia anunciada".
"Essa é uma tragédia anunciada. Essa é uma tragédia anunciada, porque nós temos discutido com as empresas, temos cobrado dos órgãos uma proteção dos trabalhadores. Queremos um protocolo de segurança para esses trabalhadores e hoje nós não temos visto isso", declarou.

Segundo ele, caso as reinvindicações da categoria não sejam atendidas e não haja uma providência sobre a segurança dos trabalhadores, existe a possibilidade de fazerem um "apagão" de internet em todo o estado.
"Nós vamos criar um apagão no nosso estado caso não se cumpra esse protocolo de segurança. O sindicato está aqui para representar todos os trabalhadores. A nossa guerra aqui é para que eles tenham mais segurança, porque nós representamos, nós estamos cobrando", disparou.
SSP na missão
A repercussão do caso elevou o sinal de alerta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
O secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, destacou a procura pelos criminoso: "É prioridade número um a localização destes covardes, que de forma desumana retiraram a vida de três trabalhadores. Todos os recursos serão utilizados na identificação e localização destes indivíduos."
