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Justiça - 14/02/2025, 10:08 - Amanda Souza e Jaísa de Almeida

Soltura do suspeito de matar Binho do Quilombo deixa família 'sem chão'

Justiça determinou a liberdade do suspeito de participar do crime

Flávio Gabriel Pacifico dos Santos tinha 36 anos quando foi morto a tiros, em 2017
Flávio Gabriel Pacifico dos Santos tinha 36 anos quando foi morto a tiros, em 2017 |  Foto: Arquivo pessoal

A família do líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, segue sem acesso aos autos da investigação sobre o assassinato ocorrido em 2017, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O advogado David Mendez, que representa os familiares, afirmou que há anos solicita acesso ao inquérito e cobra respostas das autoridades. Em entrevista ao Portal MASSA!, ele declarou que não pode emitir uma opinião sobre o andamento do caso porque sequer conseguiu visualizar os documentos oficiais.

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A denúncia do advogado surge poucos dias após o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinar a soltura de Willian Portugal Brito, suspeito de envolvimento no crime. A decisão gerou revolta entre familiares e membros da comunidade quilombola, que aguardam avanços na apuração do caso.

Pedidos ignorados

David Mendez contou à reportagem que diversas petições foram feitas para acessar os autos da investigação, tanto em nome de Mãe Bernadete – mãe de Binho e também assassinada em 2023 – quanto da Associação Muzanzu, organização presidida por ela e, atualmente, pelo filho de Binho.

"É inacreditável, porém lamentavelmente essa é a verdade... Foram feitos vários peticionamentos requerendo acesso/habilitação aos/nos autos - parte deles ainda em nome de Mãe Bernadete e da Associação Muzanzu (fundada e presidida por ela)", explica o advogado.

Também foram feitos peticionamentos em nome de Wellington, filho de Binho e atual presidente da Associação Muzanzu. "Sequer houve resposta aos diversos protocolos de peticionamentos", destaca David.

O advogado enfatizou que a família e a comunidade quilombola têm direito de acompanhar as investigações e lamentou a falta de retorno das instituições responsáveis.

Aspas

Absurda, inacreditável e lamentavelmente nunca tivemos nenhuma resposta, seja por parte da Polícia Federal, do MPF ou da Justiça Federal


"Requeremos - e temos direito ao - acesso e habilitação nos autos em nome da vítima. Porém, absurda, inacreditável e lamentavelmente nunca tivemos nenhuma resposta, seja por parte da Polícia Federal, do MPF ou da Justiça Federal", afirma.

Relembre o crime

Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, morreu no dia 19 de setembro de 2017, no Território Quilombola de Pitanga dos Palmares.

Segundo informações da polícia, Binho foi surpreendido por criminosos armados. Anos depois, outro assassinato brutal impactou a família: o de sua mãe, Mãe Bernadete, também liderança quilombola.

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