
O caso Sara Mariano voltou a ser analisado pelo júri popular nesta terça-feira (25). Pouco mais de dois anos após o crime, os três réus ficam cara a cara com o tribunal novamente para decidir seu futuro. Em entrevista coletiva que precedeu o julgamento, o promotor de Justiça Audo Rodrigues fala sobre a estratégia da acusação.
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"O Ministério Público trabalha com o sentimento de buscar a justiça. A pena a ser aplicada é a consequência dos crimes que foram cometidos. Então, evidentemente, que se busca não só pelo sentimento de justiça, mas também pelo sentimento de punição pela transgressão das leis dos crimes que foram cometidos", afirma.
Segundo Rodrigues, o julgamento de Gideão Duarte de Lima, em abril, acusado de conduzir a pastora até o local do crime, é uma garantia da justiça. Na ocasião, o motorista foi condenado a 20 anos e 4 meses de prisão.
"Em tese, seria até considerada uma participação de menor importância em um dos crimes. Mas, a gente vai lutar e vai buscar os crimes para mostrar à sociedade, para mostrar ao público de jurados, essa necessidade de se fazer justiça com a aplicação da pena máxima que for possível nesses casos", acrescenta.
Defesa afirma que não há provas contra Ederlan
O advogado de defesa de Ederlan Santos Mariano, Otto Lopes, afirmou ao Grupo A TARDE, que o réu é inocente e que não há provas que o liguem ao crime. No entanto, o promotor de Justiça afirma que o jurista está apenas cumprindo o papel, mas que caberá ao conselho avaliar as acusações.
"É papel da defesa tentar desconstituir aquilo que foi muito bem provado. Caberá ao conselho de sentença, que a gente sabe da idoneidade moral e da reputação de todos que aqui sentam, e todos que foram escolhidos para isso, para avaliar as argumentações do Ministério Público, as provas existentes no processo e, sobretudo, as argumentações da defesa. Então, fica a cargo do município, da população, do corpo de jurados, entender quem estaria falando a verdade ou se aquilo que foi produzido não tem certa relevância no processo", disse Audo.
Estratégia da acusação
De acordo com o promotor de Justiça, Audo Rodrigues, a estratégia da acusação é demonstrar aos jurados o êxito obtido durante a apuração da Polícia Civil, com uma "confirmação em juízo com todas as provas".
"E trazer com toda meticulosidade, com toda ponderação, com toda demonstração de fatos evidentemente comprovados, não só da autoria delitiva dos três, mas sobretudo, pela forma como o crime foi cometido. Então as qualificadoras, que também precisam ser muito bem demonstradas com todo o acervo probatório que foi produzido nos autos, desde a fase policial.
Júri popular
O júri popular do caso Sara Mariano começa nesta terça-feira (25), no Fórum Criminal de Dias D’Ávila. Na ocasião, os três acusados pelo feminicídio da cantora gospel, Ederlan Santos Mariano, Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves, serão julgados.

Relembre o crime
O crime aconteceu em 24 de outubro de 2023, na entrada do Povoado Leandrinho.
Entre os acusados estão o viúvo da cantora, Ederlan Santos Mariano, apontado como mentor do assassinato; Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves. Eles estão presos preventivamente e responderão por crimes de feminicídio executado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar a defesa da vítima, de ocultação de cadáver e associação criminosa.
Prisão de Gideão
Em abril, Gideão Duarte de Lima, um dos envolvidos na morte de Sara Freitas, foi condenado a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão em regime fechado. Ele atuou no crime como o motorista de aplicativo que conduziu a pastora até o local onde ela foi morta.
