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Dor do luto - 25/11/2025, 09:09 - Jaísa de Almeida e Victória Isabel - Atualizado em 25/11/2025, 09:33

“Se tivesse, pena de morte”, desabafa mãe de Sara sobre julgamento

Dolores Freitas ainda lamenta distanciamento da neta por causa da família paterna

No retorno ao Tribunal do Júri, mãe da cantora expõe feridas abertas
No retorno ao Tribunal do Júri, mãe da cantora expõe feridas abertas |  Foto: José Simões/Ag. A Tarde

O amanhecer desta terça-feira (25) carregou novamente a dor que acompanha Dolores Freitas desde 2023. Antes do início do julgamento pela morte de sua filha, a cantora gospel Sara Freitas Mariano, ela voltou a desabafar sobre o luto e sobre tudo o que mudou na família após o crime. Em entrevista ao Grupo A Tarde, a senhora conta que a expectativa por justiça é o que ainda mantém sua força.

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Ao falar sobre essa espera, a mulher explica que acompanha cada passo do processo acreditando que o julgamento desta terça pode trazer um pouco de paz. Mesmo sabendo que nenhuma decisão devolve a filha, reforça que uma punição firme faria ao menos reconhecer a gravidade do que aconteceu.

“Espero que essa justiça faça com que ele fique atrás das grades para pelo menos 50 anos, porque eu sei que a justiça do Brasil não tem pena de morte, porque se tivesse, eu preferia a pena de morte, para que ele sentisse na pele o que a minha filha passou", relata.

Essa expectativa está diretamente ligada à forma como a família enfrenta o luto. Segundo Dolores, o sofrimento não diminuiu com o tempo e a sensação de injustiça só aumentou ao longo dos anos. Por isso, considera que a responsabilização dos envolvidos é fundamental para que o ciclo de dor ao menos comece a ser encerrado.

“Pelo que eles fizeram, todos os quatro, nenhum merece o perdão da terra, nenhum merece o perdão. Porque eu sei que todos eles conhecem a palavra de Deus. Quem conhece a palavra de Deus não mata ninguém, quem conhece a palavra leva o amor para toda criatura, não vai levar a morte para ninguém, como eles fizeram com a minha filha. (...) Eu só quero que seja feita essa justiça", cobra.

"Satanás puro"

Além da saudade de Sara, Dolores carrega ainda outra preocupação: o afastamento da neta, que passou a morar com os avós paternos após o crime. Ela explica que a ruptura no contato aconteceu no mesmo período da morte da filha, o que aumentou ainda mais o impacto emocional dentro da família.

“Vai fazer dois anos que a menina não quer mais falar comigo. Porque ela disse que a culpada do pai dela estar preso sou eu. (…) Eles que são criminosos e ela está lá a favor deles. Não fala comigo de jeito nenhum”, relata à reportagem.

A mãe da cantora acredita que essa distância não vem da própria criança, mas do ambiente em que ela está vivendo. As tentativas de aproximação esbarram sempre na resistência da família paterna, o que, para ela, dificulta qualquer possibilidade de diálogo:

“A velha não deixa a menina falar comigo. O velho até que é mais calmo, mas a velha é o satanás puro.”

Relembre o caso

O crime aconteceu em 24 de outubro de 2023, na entrada do Povoado Leandrinho. Agora, o caso volta a julgamento no Tribunal do Júri de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).


No banco dos réus estão três acusados pela morte de Sara: o ex-marido Ederlan Santos Mariano — apontado como mandante —, Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque, e Victor Gabriel Oliveira Neves.

Eles respondem por feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. Este é o segundo desdobramento do caso no tribunal, já que, em abril, outro envolvido, Gideão Duarte de Lima, foi condenado a 20 anos de prisão por atrair a cantora gospel até o local onde ela acabou emboscada.

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