
Quase seis meses se passaram desde a revolta da população após a morte de uma jovem estudante de estética durante uma ação policial no bairro Engomadeira. Novas fases das investigações chegaram a um desfecho nesta quarta-feira (8) e os PMs envolvidos foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
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O órgão informou que os agentes do Peto da 23ª CIPM vão responder por homicídio qualificado. Segundo o MP, o crime teve "motivo torpe", colocou outros moradores do local em perigo e não deu chances de defesa para a vítima. Um decreto de prisão preventiva aos denunciados também foi efetivado.
Relembre o caso
Ana Luiza Silva dos Santos de Jesus, de 19 anos, foi baleada nas costas pelos policiais enquanto descia as escadarias em direção à sua casa, na tarde do dia 13 de abril, um domingo, no bairro Engomadeira. A morte da jovem foi resultado de uma perseguição a um homem, que fugiu de uma abordagem.

Segundo apurações do MP, ao perceberem que o suspeito correu para um beco, os agentes foram atirando em sua direção "mesmo sem qualquer prévia agressão contra a guarnição ou qualquer risco oferecido a terceiros”.
O beco em questão era o mesmo que Ana Luiza estava. "Mesmo tendo a clara visão da presença de Ana Luiza andando pelo beco, persistiram com a ação, assumindo o risco de provocar evento morte, mesmo de terceiros”, declarou o órgão.
Testemunhas e moradores relataram que os PMs tentaram forjar uma suposta situação de confronto armado com acionamento do Centro Integrado de Comunicações, além de chamar reforço. Por fim, o indivíduo perseguido fugiu e não foi encontrado e/ou identificado.