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a casa caiu! - 07/08/2025, 10:49 - Leilane Teixeira / Portal A Tarde

Justiça considera que major ajudou facção e decreta prisão preventiva

Almir Bispo dos Santos Filho foi flagrado tentando facilitar a entrada de celulares no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador

Almir Bispo dos Santos Filho foi preso em flagrante na segunda-feira (4)
Almir Bispo dos Santos Filho foi preso em flagrante na segunda-feira (4) |  Foto: Divulgação

O major da Polícia Militar Almir Bispo dos Santos Filho, preso sob suspeita de facilitar a entrada de celulares na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva por determinação da Justiça. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (6), durante audiência de custódia.

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Na decisão, à qual o Grupo A TARDE teve acesso, a Justiça considerou, entre outros fatores, que a conduta do major “não foi isolada” e que ele contribuiu diretamente com uma estrutura criminosa já existente.

“Elemento probatório demonstra que não se trata de conduta isolada, mas sim de atividade coordenada entre o custodiado, a visitante e o interno destinatário dos aparelhos, configurando organização voltada à prática de crimes, com divisão de tarefas e objetivo comum de burlar o sistema de segurança prisional. [...] O cenário revela sua inserção funcional em estrutura criminosa já existente, colaborando de maneira ativa com a organização que atua no interior do sistema prisional”, afirma trecho do documento assinado pelo juiz Luís Henrique de Almeida.

Ainda segundo a decisão, a ação do policial teve como propósito burlar o controle estatal. “Ao facilitar, na condição de agente público, a entrada de aparelhos celulares destinados a interno com possível vinculação ao PCC, o custodiado contribui diretamente para o fortalecimento e a continuidade das atividades ilícitas desenvolvidas pela organização criminosa, integrando sua engrenagem com nítida divisão de tarefas e propósito comum de burlar o controle estatal.”

Major nega envolvimento

O major Almir Bispo dos Santos Filho negou ter cometido o crime. Em depoimento, afirmou não conhecer Amélia Rocha, tia do traficante que receberia os celulares, identificado como Fábio Rocha Lima, integrante da facção Bonde do Ajeita, aliada ao Comando Vermelho – como revelado em primeira mão pelo Grupo A TARDE.

Ainda durante o depoimento, o militar foi questionado se conhecia Fábio e respondeu que havia o visitado na sexta-feira (1º) para ajudar na marcação de uma cirurgia, que seria solicitada a um superintendente da unidade.

Relembre o caso

O oficial Almir Filho, lotado no Batalhão de Polícia de Guardas (BPGD) e vinculado à Coordenação de Planejamento Operacional, foi preso na tarde de segunda-feira (4), após ser flagrado tentando inserir uma sacola com materiais proibidos na bolsa de uma visitante, já dentro das dependências do complexo prisional.

A mulher havia passado normalmente pela revista padrão, mas foi abordada novamente após apresentar comportamento suspeito em área de acesso restrito.

Dentro da sacola, foram encontrados:

- dois celulares;

- dois carregadores;

- um fone de ouvido;

- um chip de telefonia;

- um sachê com comprimidos, cujo conteúdo ainda está sob análise.

A ação mobilizou a Coordenação de Monitoramento e Acompanhamento do Sistema Prisional (CMASP), o Superintendente de Gestão Prisional, o Diretor-Geral do Sistema Prisional e o Grupo Operacional Prisional, que acompanharam a prisão em flagrante.

Exoneração e investigação

Logo após o flagrante, o major foi conduzido à Corregedoria da Polícia Militar, onde foi autuado. Na terça-feira (5), a exoneração do oficial foi publicada no Diário Oficial do Estado. A major QOPM Gisele Dantas de Souza assumiu o cargo anteriormente ocupado por Almir.

Em nota, a PMBA reafirmou seu compromisso com a transparência, a disciplina e a ética, garantindo que todos os procedimentos serão conduzidos com a seriedade e imparcialidade que o caso exige.

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