Um dos crimes mais chocantes da Bahia, o assassinato da cigana Hyara Flor Santos Alves, de apenas 14 anos, ganhou uma reviravolta nas investigações prestes a completar um ano. A morte da adolescente ocorreu em 6 de julho de 2023, na cidade de Guaratinga, no extremo sul do estado, e a perícia identificou inicialmente que o cunhado dela, um garoto de 9 anos, havia sido atirado acidentalmente em Hyara. Porém, uma análise genética na arma mudou completamente o rumo do caso.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluiu que o marido de Hyara Flor, Amadeus Alves, um rapaz de 15 anos, foi o culpado pela morte dela. Por ainda não ter atingido a maioridade, ele foi indiciado pelo ato infracional análogo ao crime de feminicídio. Há um mandado de busca e apreensão e internação contra o adolescente em aberto, mas ele ainda não foi localizado e segue sendo procurado pela polícia.
Relembre o caso
Quase um mês após o assassinato de Hyara Flor, que morreu baleada com um disparo de uma pistola calibre 380 no queixo, a Polícia Civil da Bahia tinha concluído que o cunhado dela, irmão de Amadeus, havia atirado à queima roupa nela de forma acidental. Mas a versão foi contestada pela família da vítima, que desconfiava desde o início que ela havia sido morta intencionalmente pelo próprio esposo e contratou um perito 'por fora' para analisar o caso.
De acordo com familiares de Hyara Flor, a garota teria sido morta por vingança dos parentes do marido, porque um tio dela teria se envolvido com a mãe de Amadeus, ou seja, vivido uma relação extraconjugal com a sogra de Hyara.
A necropsia do corpo da cigana apontou que o tiro fez com que ela falecesse asfixiada pelo próprio sangue. Vale lembrar que o crime brutal aconteceu apenas 45 dias depois do casamento de Hyara Flor e Amadeus Alves. Na época, ambos tinham 14 anos, mas se casaram por ser algo cultural da comunidade cigana.
Leia mais:
Caso Hyara Flor: Perito forense contesta laudo policial
Novo laudo contesta versão de que Hyara Flor foi morta por criança
Caso Hyara: laudo médico aparece cheio de ‘caô’ para o MP-BA