
Um ex-diretor de uma escola estadual em Itabuna, sul da Bahia, virou alvo de investigação após ser acusado de racismo, assédio moral, homofobia e importunação sexual. O homem, de prenome Denelísio, estava à frente do Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológico (CIEBTEC) da região.
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O investigado, que tinha como vítimas alunos, bem como professores da unidade de ensino, teve a casa vasculhada na quinta-feira (24) por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Durante a ação, foram apreendidos um celular, um notebook e um pen drive.
A denúncia contra o ex-educador foi feita no ano de 2024 após uma reunião da advogada Úrsula Matos na escola, onde, segundo a profissional, os alunos se sentiram à vontade para relatar uma série de episódios considerados inaceitáveis. Na época, Denélisio negou as acusações.
"Nessa reunião, Denelísio, que é o diretor, proibiu a entrada da vice-diretora e dos professores. Uma das mães chegou lá para entregar um objeto para uma aluna e ele disse: 'Vaza daqui. Entrega e vaza'. Nessa reunião, que a gente não sabe qual o propósito, ele disse que tinha utilizado linguajar dos adolescentes. E aí ele começou a falar coisas absurdas", contou a advogada em entrevista à TV Santa Cruz.

Confome informações da emissora, um dos estudantes, que pediu anonimato, declarou que as falas do ex-diretor foram vistas como completamente fora do padrão para alguém em um "cargo de alto escalão escolar". Segundo o aluno, Delenísio também fazia comentários machistas e homofóbicos. “Quem era gay, que podia dar mesmo, e que mulher podia dar também, só que tinha que ter cuidado para não engravidar e ficar com os peitos murchos, caídos [...] Todo mundo ficou estagnado. Ninguém sabia nem o que fazer ali", lembrou.
Uma ex-aluna contou ainda que recebeu proposta em dinheiro para beijar o ex-diretor e que ele a convidou várias vezes para ir tomar banho de piscina na casa dele. "Quando chegou na escola, ele me perguntou novamente qual era a minha resposta, se eu ia querer. Não ficou só naquele dia, ele me perguntou em vários outros dias se eu tinha interesse", relatou. "Aí ele escutou quando comentei que queria piscina e falou: 'Minha casa tem piscina, se você quiser’”.
Diante das denúncias, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) chegou a afirmar que o ex-educador havia sido afastado por motivos de saúde, mas depois confirmou que ele foi retirado do cargo após pressão e reclamações da comunidade escolar. Ele foi exonerado em fevereiro deste ano.