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Eunápolis pegando fogo - 26/06/2025, 13:32 - Bruno Dias

Esquartejamento de mulher reforça rastro de facção cruel em Eunápolis

Primeiro Comando de Eunápolis (PCE) está por trás de uma onda de crimes violentos na cidade do interior baiano

Facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE) possui histórico de crimes brutais em Eunápolis
Facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE) possui histórico de crimes brutais em Eunápolis |  Foto: Reprodução / Diario Teofilo Otoni

A guerra pelo controle do tráfico de drogas em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, fez mais duas vítimas fatais nesta semana, a jovem Anna Luiza Lima Brito, de 21 anos, foi esquartejada, e Matheus Rodrigues de Souza, de 24, executado a tiros. Os casos refletem a incessante briga entre facções na região e se somam a outras atuações do crime organizado nos últimos meses.

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De acordo com investigações, a suspeita é de que Anna teria traído os 'traficas' do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), facção vinculada ao Comando Vermelho (CV), e entregado o paradeiro de Matheus ao Bonde do Maluco (BDM), com o objetivo de provar lealdade e migrar para a gangue rival.

A moça foi sequestrada pelos bandidos menos de 24 horas após o assassinato do homem. Na quarta-feira (25), teve o corpo esquartejado encontrado às margens de uma estrada de terra no bairro Delta Park, próximo à BR-367.

Corpo de mulher foi encontrado às margens de uma estrada de terra no bairro Delta Park, próximo à BR-367
Corpo de mulher foi encontrado às margens de uma estrada de terra no bairro Delta Park, próximo à BR-367 | Foto: Reprodução / Redes Sociais

Crimes acumulados pelo PCE

Essa, porém, não foi a primeira ação tenebrosa realizada pela facção do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Em dezembro de 2024, o bonde protagonizou uma invasão ao Conjunto Penal de Eunápolis, libertando 16 detentos das celas.

O caos se estendeu até meados de 2025, já que um dos cabeças caras da gangue, identificado como Ednaldo Pereira Souza, de vulgo 'Dada', e outros elementos continuam foragidos.

'Dadá' é considerado de alta periculosidade e tem passagens por homicídio, porte ilegal de arma, dano ao patrimônio e tráfico de drogas. Neste ano, ele foi inserido no Baralho do Crime da SSP, ocupando a carta Dama de Ouros.

'Dadá' foi inserido no Baralho do Crime da SSP, ocupando a carta Dama de Ouros
'Dadá' foi inserido no Baralho do Crime da SSP, ocupando a carta Dama de Ouros | Foto: Divulgação / SSP

Ataque a diretor de presídio

Meses após a fuga, em maio deste ano, um motorista que trabalha no Conjunto Penal de Eunápolis foi baleado enquanto dirigia, perto da unidade prisional. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), o atentado teria como alvo o diretor da unidade, o policial penal Jorge Magno Alves.

A suspeita é que o atentado tenha sido protagonizado pelos 'meninos bons' do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). No entanto, a autoria do ataque não foi confirmada pela polícia.

O atentado teria como alvo o diretor da unidade, o policial penal Jorge Magno Alves
O atentado teria como alvo o diretor da unidade, o policial penal Jorge Magno Alves | Foto: Divulgação / SEAP

Motorista por aplicativo degolado e exposto em vídeo

Ainda em maio, a população de Eunápolis presenciou outro crime macabro. Um motorista por aplicativo, identificado como Weverton Antônio dos Santos, de 28 anos, foi confundido com um X9 da comunidade e teve a cabeça arrancada por traficantes do Comando Vermelho (CV), facção ligada ao Primeiro Comando de Eunápolis (PCE).

O homem foi sequestrado pelo grupo criminoso após buscar o enteado na escola. O vídeo do momento em que foi torturado e decapitado foi enviado para seus familiares.

Weverton Antônio dos Santos, de 28 anos, foi confundido com um X9 da comunidade
Weverton Antônio dos Santos, de 28 anos, foi confundido com um X9 da comunidade | Foto: Reprodução / Redes Sociais

Autoridades em ação

Diante da onda de crimes promovidos pelas quadrilhas, as forças de segurança da Bahia se reuniram na manhã desta quinta-feira (26) para reforçar as ações de inteligência e repressão qualificada contra as facções do extremo sul da Bahia.

A medida, discutida pelas Secretarias da Segurança Publica e de Administração Penitenciária, Polícias Militar, Civil e Federal, além do Tribunal de Justiça da Bahia, inclui o trabalho de inteligência em pontos específicos da região e a ampliação das revistas nas prisões, visando cortar qualquer tipo de comunicação dos detentos.

"A resposta será firme, rigorosa e dentro da legalidade. Como sempre enfatizo, combater o crime organizado é a nossa prioridade. Continuaremos investindo na contratação de novos efetivos e também na compra de modernos equipamentos, mas integrar os esforços é imprescindível”, afirmou Marcelo Werner, secretário da SSP.

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