Mesmo chefiando o tráfico de drogas na Bahia e atuando como 'cabeças' por trás de investidas criminosas realizadas por facções na região, muitos líderes dessas quadrilhas escolhem viver 'malocados' fora do estado, como forma de refúgio para despistar as forças policiais. A prática se tornou comum entre os criminosos e já está na mira das autoridades.
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Durante coletiva de imprensa na última semana, o secretário da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, declarou que foi firmado uma parceria com a pasta do Rio de Janeiro com o objetivo de localizar e prender cinco foragidos de alta periculosidade da Justiça baiana, que se entocaram no território carioca.
São eles:
- Ednaldo Pereira Souza, o 'Dada';
- Anderson Souza de Jesus, vulgo 'Buel';
- Sandro Santos Queiroz, apelidado 'Real';
- José Carlos Ferreira dos Santos, o 'Zói de Gato';
- Manoaldo Falcão Costa Júnior, conhecido como 'Gordo Paloso'.
Apurações feitas pelo Portal MASSA! indicam que os alvos são apontados como chefões 'barra pesada' do tráfico de drogas em áreas consideradas 'boca quente' de Salvador, como Cosme de Farias e Tancredo Neves, por exemplo.
Apesar disso, o comando das bocas de fumo costuma acontecer em outro canto do país, geralmente na região sudeste, onde estão as matrizes de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Esses grupos se espalharam por outras localidades e vêm aterrorizando a população.
Em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!, Werner, detalha por que esses criminosos preferem se mandar da Bahia e buscar refúgio em outro estado.
"Primeiro, eles se afastam da localidade onde temos operações, onde fazemos ações policiais diárias. Então, eles se afastam por causa disso, até mesmo pelas ações policiais que chegam e fazem esse enfrentamento, essa busca por eles", inicia.
Depois disso, nas novas moradias, eles levam vida mansa, na 'sombra e água fresca', escondidos entre os moradores das comunidades, utilizando identidades falsas e contando com a proteção dos comparsas de bonde.
"Segundo, porque encontram em algumas localidades do Rio de Janeiro uma rede de proteção. Como vemos quando há operações policiais planejadas lá, existem barricadas, enfrentamento maciço às forças de segurança. Eles ficam escondidos nessas localidades", completa.
Usando a estrutura da facção para tentar se passar por cidadãos comuns, sem chamar a atenção do policiamento local
Marcelo Werner
Combate a migração e caça aos 'faccionados'
De olho nessa prática, a SSP mantém investigações há tempos para caçar os 'cabeças caras' foragidos da Justiça e levá-los ao xilindró. Segundo destacou Werner à reportagem do MASSA!, o trabalho conjunto entre as frentes de segurança é fundamental para alcançar esses elementos que ameaçam a segurança da população nas ruas:
"A gente começa a avançar a partir da integração. Acho que o mais importante é isso. O primeiro passo é compartilhar as informações com as forças dos outros estados, dividir o conhecimento, os dados de inteligência, de localização. A partir disso, a gente começa a avançar. Por isso o número elevado de lideranças alcançadas em outros estados da federação".
Prendemos mais de 80 pessoas em 17 estados. Toda semana, basicamente, a gente tem atuação em outros estados da federação, alcançando lideranças não só de Salvador
Werner
Com apoio do Governo Federal e das forças responsáveis pelo combate ao crime organizado, a construção de um elo entre as frentes estaduais de segurança é uma pauta constante no Conselho de Secretários, conforme destacou o líder da pasta na Bahia.
"Esse é o grande passo: a uniformização e o compartilhamento das informações, dos dados de inteligência, para que possamos fazer um combate uniforme e alcançar foragidos escondidos em outros estados da federação, muitas vezes se passando por pessoas comuns, lavando dinheiro naquela cidade", finaliza.
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