
O delegado Ernandes Júnior, da Polícia Civil, detalhou ao Grupo A Tarde tudo sobre como rolou a operação que resultou na prisão de Josevan Dionísio dos Santos, o BZ ou Buzuim, suspeito de ter matado Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada em agosto de 2023, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
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Segundo o delegado, durante a operação, BZ tentou resistir. O cara se trancou em casa com a esposa e dois filhos como reféns. Após duas horas de negociação conduzidas pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), ele se entregou. No local, a polícia bafou uma pistola calibre 9mm, de fabricação turca e com numeração raspada.
"Quando entramos no imóvel, ele arrebatou um dos filhos e começou a ameaçar. Nossa equipe negociou até que ele se rendesse sem ferimentos", explicou Ernandes.

Ernandes ainda contou que BZ tinha dois mandados de prisão em aberto e será investigado por outros crimes, incluindo posse ilegal de arma de fogo, sequestro e resistência à prisão.
De acordo com o delegado, o criminoso foi o principal executor da morte de Mãe Bernadete, sendo responsável por disparar mais de 20 vezes contra a vítima. A esposa de BZ, que também foi feita refém, será ouvida como testemunha do caso.
Ele efetuou mais de 20 disparos. Era um homem temido na região, conhecido pela crueldade na forma de execução
Delegado Ernandes Júnior
Caçada continua
O delegado garantiu que as investigações seguem para capturar Marílio dos Santos, conhecido como Maquinista, o último envolvido ainda foragido. "Assim como conseguimos localizar BZ, vamos continuar usando inteligência para capturar o Maquinista. Ele será preso", reforçou.
O crime
Mãe Bernadete, de 72 anos, foi assassinada com 25 tiros dentro de casa, na frente da família, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho.
As investigações revelaram que o assassinato foi ecomendado por líderes do tráfico, após ela se posicionar contra a instalação de pontos de venda de drogas na comunidade. Cinco dos seis envolvidos já foram presos.