
Armas de brinquedo, sequestros armados, simulação de assaltos e até encenação de descarte de corpos. Tudo para viralizar no Insta ou no TikTok. Em Salvador, a parada virou moda entre blogueiros, e preocupa a Polícia Militar.
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O "B.O" é que as gravações rolam em espaços públicos, sem que moradores ou policiais saibam que é tudo encenação. Para quem vê de fora, parece crime de verdade.
Blogueiros como o 'Revolucionário' gravam esquetes de humor que beiram o perigo. Em um dos vídeos, um corpo é jogado de um carro, em plena rua, enquanto a galera assiste sem entender nada do que tá rolando. Em outro, um ator 'armado' aborda várias pessoas simulando um assalto.
A equipe do Portal MASSA! entrou em contato com o 'Revolucionário', mas não obteve retorno.
Se ligue:
Diante do perigo real, o Portal MASSA! conversou com exclusividade com a capitã Thaís Trindade, do Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar da Bahia (PM-BA). Com firmeza na orientação, ela reforça que qualquer produção desse tipo precisa ser comunicada com antecedência à corporação e à Prefeitura.
"É preciso informar, sinalizar o local e identificar a equipe. Sem isso, a população pode achar que o crime é real, reagir e causar algo grave", alerta.

História real
Ela lembra de um episódio recente no bairro da Cidade Nova: moradores ligaram para a polícia denunciando homens armados circulando na rua. Uma viatura 'brotou' no lugar e, ao chegar, pegaram adolescentes gravando um vídeo para redes sociais com armas fake.
"Se a equipe não tivesse percebido a tempo que eram armas falsas, poderia ter acabado em tragédia", pontua a capitã.
Sinal laranja
Para diferenciar réplicas de armas de fogo, a lei exige que elas tenham um lacre laranja. Esse detalhe simples pode evitar confusão. Além disso, segundo a PM, é fundamental montar um perímetro de segurança e deixar claro para quem passa que se trata de uma gravação.
Nosso papel é orientar, mas se houver risco, vamos agir
Capitã Thaís Trindade
Quem grava esse tipo de conteúdo sem autorização pode acabar na delegacia. Dependendo da situação, a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) pode registrar ocorrência por perturbação da ordem, uso de réplica de arma sem identificação e até ameaça.
*Sob a supervisão do editor Pedro Moraes