Justiça. Esse é o termo que descreve o sentimento de familiares e de órgãos públicos. O caso da morte da líder quilombola e mãe de santo Maria Bernadete Pacífico, de 72 anos de idade, morta a tiros nesta quinta-feira (17) dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, localizado na Região Metropolitana de Salvador (RMS), levantou uma série de questionamentos.
Na parte externa do Instituo Médico Legal (IML)da capital baiana, Wellington dos Santos, lamentou o assassinato da mãe e culpou a falta de determinação de entidades do alto escalão, como a Polícia Federal. Ele ainda relembrou a morte do irmão Flávio Gabriel Pacifico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017.
“Se perdeu a maior representatividade cultural do município e uma das maiores da Bahia. Tenho um apelo para fazer ao governador [da Bahia], Jerônimo Rodrigues e ao ministro da Justiça, Flávio Dino: perdi meu irmão em 2017, no dia 19 de setembro, assassinado brutalmente na frente da escola, esse crime está aí sem resolver. O crime foi para a mão da Polícia Federal, mas não foi elucidado. Quando não se resolve uma coisa, tende a ter outro gargalo futuro, não deu nada, veio, fuzilou minha mãe da mesma forma”, detalhou.
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Cobrança severa
Presente no mesmo ambiente, Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), garantiu que o Governo da Bahia está dedicado à resolução desse caso.
“Estamos colocando força total, todo o governo está imbuído nessa missão de investigar, apurar e identificar os responsáveis por essa brutalidade (...) Que a impunidade não reine, que a gente consiga resolver de forma breve, rigorosa, para que a gente barre qualquer tentativa desse tipo de acontecimento acontecerem mais uma vez vitimando outra vida”, destacou.
Felipe Freitas, secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH)
, destacou que o debate realizado nesta sexta-feira (18) teve como objetivo alinhar os próximos passos da elucidação do caso.
“Falamos de temas emergenciais, são eles: as investigações, os apoios imediatos às testemunhas e pessoas que estejam em risco, como também garantir as coisas emergenciais. Vamos seguir nos reunindo para pensar medidas mais estruturadas”, pontuou.
O velório de Mãe Bernadete, morta com oito tiros no rosto e 12 no corpo, segundo relatado pelo filho, ficou marcado para este sábado (19), a partir das 8h30, e o sepultamento às 10h, no Cemitério Ordem 3ª de São Francisco, localizado na Ladeira Quintas dos Lázaros, no bairro Baixa de Quintas, na cidade de Salvador.