O número de desaparecidos no estado da Bahia assusta: são 1.550, nos cinco primeiros meses deste ano. Em uma comparação com a mesma faixa de tempo de quatro anos atrás, houve um aumento superior a 140%, quando 643 pessoas ganharam status de sumidos, segundo o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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Com a intenção de apagar os registros de dores, tristezas e angústias de várias famílias no estado, a Polícia Civil integrou o projeto Amber Alert Brasil, em junho. Apoiada no acordo de cooperação entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública com a empresa de tecnologia social Meta, a alta tecnologia já ajudou a localizar duas crianças e adolescentes.
Mas o que é esse projeto que visa fortalecer a busca por desaparecidos? O Portal MASSA! explica para você. De acordo com o delegado Felipe Henrique Dias, do Departamento de Inteligência Policial (DIP), há aspectos que fazem o Amber Alert ser específico.
Todo cidadão vai receber no seu aparelho telefônico um alerta sobre o desaparecimento dessa pessoa
"Trata de envio de alertas em massa para todos os aparelhos que utilizam o Facebook e o Instagram em um raio de 160 km. Se desaparecer ou for sequestrada uma criança ou adolescente aqui em Salvador, e preencher os requisitos, com risco grave de lesão corporal grave ou morte, todo cidadão vai receber no seu aparelho telefônico um alerta sobre o desaparecimento dessa pessoa", garantiu.
Manual e tecnológico
Para que uma vítima seja registrada no projeto, é imprescindível a conscientização do policial que fará um registro de ocorrência. Detalhes como altura, peso, cor dos olhos, cor do cabelo, última roupa e local, se há suspeito, também são fundamentais.
"É preciso ainda conscientização da população, se ela recebeu um alerta, é porque isso aconteceu perto dela, então dá uma olhada ao seu redor", explicou.
Como ajudar
Em caso de detectar algum movimento estranho, o número de emergência padrão 190 ou entrar em contato com o número presente no alerta são dois procedimentos rápidos a se fazer.
A denúncia então passará pelo Departamento de Inteligência, pelo crivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, para só após ser enviado ao Meta. Será o policial que julgará o grau de risco para cada situação.
"É na base do caso a caso, a autoridade policial responsável pela investigação vai ter que avaliar a idade da criança. Por exemplo, é diferente se desaparecer em um parque uma criança de 6 ou um adolescente de 15. No caso de uma criança de 6, o risco é muito mais presumido, é muito mais latente. Já um adolescente pode desaparecer e estar relacionado, por exemplo, com um traficante", analisou o policial.