Em depoimento à Polícia Federal, uma funcionária que atuava no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) do Palácio do Planalto, relatou que o segundo conjunto de itens de luxo, com valor estimado de R$ 2,5 milhões, foi entregue em mãos para a mulher de Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi citada pela primeira vez como uma das pessoas que receberam em mãos um dos pacotes de joias dados de presente pelo governo da Arábia Saudita. A informação que contradiz Michelle é do jornal O Estado de S. Paulo.
O estojo, com itens da marca Chopard, foi devolvido pela defesa do ex-presidente após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Dentro do estojo haviam uma caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um rosário árabe chamado “masbaha”. O destaque vai para o relógio, avaliado em aproximadamente R$ 800 mil.
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O pacote entrou ilegalmente no país, sem ter sido declarado, na comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, após viagem ao país árabe, em outubro de 2021. Ele ficou guardada no cofre do Ministério de Minas e Energia por mais de um ano, até chegar ao acervo da Presidência da República. Segundo o depoimento da servidora do GADH, o pacote teria sido entregue à Michelle no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Ainda de acordo com a servidora, o ex-presidente Jair Bolsonaro também teria tido contato com as joias, sendo o responsável por conferir os itens do estojo.
O pacote de joias chegou a ser avaliado em R$ 1 milhão, mas de acordo com o Departamento de Documentação Histórica, a caixa foi registrada ao dar entrada no Palácio do Alvorada com o valor de R$ 2,5 milhões. Ao todo, Jair Bolsonaro recebeu três caixas de joias do governo da Arábia Saudita, que juntas podem ultrapassar o valor de R$ 19,5 milhões.
A peça de maior valor é um colar de diamantes, o item faz parte de um conjunto que tem ainda um par de brincos, um anel e um relógio, todos cravejados com brilhantes. As joias, avaliadas em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões), foram também recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021.