As eleições municipais de 2024 já começaram, como nas palavras de um vereador de Salvador. Candidato natural à reeleição no pleito, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) tenta organizar o tabuleiro, mas terá que disputar pau a pau o apoio de alguns partidos com o governador Jerônimo Rodrigues (PT).
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Desde o início das especulações sobre quem será o candidato escolhido pelo grupo governista estadual para bater de frente com Bruno Kings, o governador Jerônimo tem pontuado que trabalha pela unidade dos partidos da base em torno de um único nome, estratégia diferente da adotada em 2020. Para a tal unidade, o Palácio de Ondina atua para garantir o apoio de legendas 'divididas'.
Recém-fundido com o PSC, o Podemos é uma das siglas divididas 'lá e cá'. Apesar de Sidninho, Toinho Carolino e Ricardo Almeida, vereadores do partido na capital, sinalizarem o desejo de apoio a Bruno, o presidente estadual do Podemos, Heber Santana, hoje titular da Defesa Civil do Estado, já tem indicado que a legenda deve abraçar a candidatura escolhida por Jero. Hoje, o processo está afunilado entre Robinson Almeida (PT) e Geraldo Júnior (MDB).
"Na eleição de 2022, uma eleição atípica e com muitos candidatos, com fim de coligação, o Podemos precisou do prefeito Bruno Reis para que pudesse alçar uma cadeira na Câmara Federal. Fui candidato, assim como outros pares foram candidatos. Sou primeiro suplente do partido e, a gente precisa cobrar essa correção por parte do partido em relação ao prefeito", disse Sidninho ao ser questionado pelo Portal MASSA!, na última terça-feira (26).
O Solidariedade vive situação parecida. Apesar de caminhar com Bruno Reis em 2020 e com ACM Neto (União Brasil) na disputa pelo governo da Bahia em 2022, o partido está na base de Jerônimo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Em Salvador, entretanto, continua colado com 'Kings' na Câmara Municipal, com o vereador Fábio Souza.
Protagonista do primeiro 'rebu' das eleições de 2022, quando rompeu com o então governador Rui Costa (PT) para colar na corda de ACM Neto, o PP continua sendo objeto de desejo de Jerônimo e aliados para 2024 (o partido já está na base na Assembleia Legislativa). A arrumação feita pelo prefeito Bruno Reis, que levou um exército de vereadores para a sigla, e a presença de Cacá Leão na Secretaria de Governo devem impedir o movimento. A tendência, se nada mudar, é que PP e Bruno fiquem juntinhos na eleição do próximo ano.
A situação mais delicada é o do Cidadania. O partido saiu das mãos do vereador Joceval Rodrigues, que rompeu com ACM Neto para migrar para o grupo de Jerônimo, e passou para as mãos de Isabela Sousa, aliada de primeira hora de Bruno Reis e Ana Paula, atual vice-prefeita. Em conversa recente com o Portal MASSA!, durante a convenção municipal do PSDB, Isabela garantiu que o Cidadania estará no palanque de 'Bruninho' em 2024.
Um fator que colabora para a permanência do Cidadania no bloco de Bruno, mesmo com a aproximação de alguns quadros com Jerônimo, é a federação com o PSDB, que já declarou publicamente apoio à reeleição do prefeito. Como a legislação obriga que os partidos federados se comportem como um 'superpartido', os tucanos devem vencer a queda de braço.