Tido como um país detentor de legislações cruéis à pessoas LGBTQIA+, o Qatar possui proibições penais que visam ‘combater’ o afeto e público. Além disso, têm objetivos de punir quem foge do padrão heteronormativo. Exemplo disso é Nasser Mohamed, médico de 35 anos.
De acordo com os registros disponíveis, o homem é o primeiro catari a se autodeclarar gay de forma pública na história. Contudo, para sair do armário, Nasser Mohamed precisou se revelar fora do país, nos Estados Unidos, onde reside há 11 anos. Além de demonstrar receios com o país no futuro no período pós-Copa, ele detonou a Fifa tal qual o governo local.
"Desde que era mais jovem sabia que eu não me encaixava no país. Não era seguro. A comunidade LGBT do Catar ou ainda residente no Catar é perseguida mais severamente do que os visitantes. Até eu sair do Catar, mantive essa parte de mim escondida de todo mundo, incluindo da minha família, da qual sinto falta", contou o morador de San Francisco, quando questionado sobre o comprometimento do futebol referente a causa que defende, ele soltou o verbo.
Leia Mais
Bahia garante meia do acesso para temporada 2023
Vini Jr sobre dancinhas: "Que a gente siga fazendo muitos bailes"
Vídeo: Pintou o zoológico? Seleção conta com gato, além de 'pombo'
"A perseguição à comunidade LGBT no Catar é mais do que apenas não te aceitarem. Eles acabam contigo", relata.
Conforme o médico, o Qatar tenta se apropriar da Copa do Mundo para vender uma imagem de si próprio que sequer é real. Ele também detalhou que ficou irritado por causa do pronunciamento do presidente da Fifa, Gianni Infantino, que apontou ter sentimento de gay, de mulher e de trabalhador imigrante.
"Eu fiquei muito irritado, porque é tão desrespeitoso. Se ele tivesse alguma empatia pela vida dessas pessoas, as ouviria. Ouviria o que eu estou falando para vocês agora", disse à reportagem.
leia também