Sem mais contagem regressiva, chegou o dia em que ou Argentina ou França levantará a taça da Copa do Mundo. No Estádio Lusail, às 12h (da Bahia), deste domingo (18), começa o duelo entre os comandados de Lionel Scaloni e Didier Deschamps. Atuais campeões, os ‘Bleus’ enfrentaram diversos problemas de desfalques, mas fizeram valer o título de favoritos até aqui.
Do outro lado, Messi liderou a Albiceleste em uma série de 36 jogos invicta e já pintava um ar de ‘última dança’ em cada uma das suas atuações. Tudo isso para que o título seja decidido em uma superfinal (confira no infográfico que, no confronto 11x11 dos prováveis titulares, elegemos a França levemente superior, com um 6 a 5).
A começar pela campeã do mundo, a escalação de Didier Deschamps segue um padrão clássico. Na ideia de jogo, o 4-3-3 é predominante, sempre com dois pontas de velocidade, sendo Mbappé e Dembélé como titulares, e um centroavante de referência, papel desempenhado por Giroud. Assim, o plano é que eles possam aproveitar o máximo possível os contra-ataques, quando tiverem a chance de buscar o um-contra-um pelos lados do campo com mais facilidade.
Se esse é o sistema tricolor, a capacidade individual dos jogadores é o que faz a engrenagem rodar. Mesmo em um dia ruim, quase todos da frente têm técnica para decidir sozinhos em uma jogada individual. Dembélé é ambidestro e gosta de finalizar de dentro da área, já Mbappé usa a velocidade para chegar à linha de fundo e também conclui. No círculo central, Giroud tem presença e Rabiot costuma aparecer, tanto que ambos já marcaram de cabeça nesta Copa. Por fim, fora da grande área, Tchouaméni já deixou o dele e Griezmann possui técnica para arriscar a finalização.
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Do outro lado, se a pergunta fosse feita para os atletas argentinos, a resposta certamente seria que Messi é o ponto forte da seleção. Sem dúvidas, tudo de alguma forma é influenciado por La Pulga, contudo, há momentos em que os outros nove fazem o que o camisa 10 não faz: correr. A marcação pressão da Albiceleste incomodou muito os seus oponentes, e ela só é possível porque todos, sobretudo o atacante Julian Álvarez e o cão de caça De Paul, se propuseram a correr pelo gênio da equipe.
Na parte ofensiva, os homens de frente parecem ter herdado o gene do futsal. Messi aproveita dos espaços curtos como se fossem grandes vãos nas defesas adversárias e é muito beneficiado pelas tabelinhas, com participações sempre ativas de Julian Álvarez, como aconteceu no terceiro gol contra a Croácia.
Além de tudo isso, a Argentina criou uma grande incógnita nos pensamentos franceses de qual seria o time titular. Não só a escalação, Scaloni muda o esquema do time com peças diferentes. Apesar das variações táticas, quem está em campo aprendeu a depender de Messi até sem fazê-lo tocar na bola. Assim como foi no primeiro gol contra os croatas, quando Gvardiol saiu à caça de Lionel, há sempre um espaço gerado, e a dupla Enzo e Julian Álvarez geralmente dá um jeito de aproveita-lo.
Ninguém é invencível
Não é fácil ganhar de Argentina ou França, tanto que estão na final do Mundial. Porém, nenhuma das duas chegou à decisão ilesa, na verdade, longe disso. Hoje, a finalíssima poderia ser entre a Albiceleste e a Inglaterra, por exemplo. Isso porque os franceses cometeram dois pênaltis contra os ingleses, o segundo desperdiçado por Kane. Dentro da área, o time de Deschamps se mostrou inseguro, tanto que cometeu três penalidades se somados os jogos contra Polônia e Inglaterra. Isso também é resultado do ‘deixar jogar’ tricolor. Para aproveitar os contra-ataques, a França também precisa ceder espaços e isso os faz sofrer, sobretudo quando a bola é levantada à sua área.
Os pontos a serem explorados na Argentina já se apresentam bem diferentes. Depender de um dos melhores da história não é motivo para reclamar, mas pode ser a distância entre ser ou não campeão do mundo. Caso Messi não acorde inspirado, não há muitos outros jogadores que têm a capacidade para fazer a diferença no elenco albiceleste.
Na hora do desespero, a bola na área argentina também não é das mais fortes. Sem um centroavante referência, sobra para Julian Álvarez disputar na velocidade, não na cabeça. Lá atrás, a bola parada defensiva fez Lionel Scaloni quase passar mal contra a Holanda. Por último, já é marcado que os defensores argentinos darão vários botes durante a partida, e um deles errado é o suficiente para que Mbappé aproveite.