Precursor das canções que deram origem ao naipe baiano, o cantor Lekinho, vocalista da banda Ah Chapa, surpreendeu os fãs ao dizer que pretende acabar com o naipe. Em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!, o artista reclamou que o pagodão está saturado, devido aos lançamentos musicais parecidos de diversos cantores, e anunciou que vai gravar um projeto para revolucionar os paredões novamente.
Para começar, é importante saber que o naipe baiano é um estilo de dança que surgiu neste ano, a partir de algumas músicas do novo pagodão. As coreografias, que costumam acompanhar o ritmo das canções e ter elementos engraçados, se popularizaram na internet e alcançaram todo o país. O sucesso foi tão grande que batalhas de naipe foram criadas para que as pessoas pudessem disputar fora do mundo virtual.
Relembre uma das primeiras batalhas de naipe de Salvador:
Apesar da adesão estrondosa dessa swingueira, muita gente criticou o naipe e clamou pelo retorno do pagode baiano ‘raiz’, com coreografias menos elaboradas e letras mais leves, sem conteúdo sexual explícito. Outras pessoas comentam que todas as bandas de pagode só tocam a mesma coisa. Será que o fim do naipe baiano está cada vez mais próximo?
Quem começou quer terminar
De acordo com Lekinho, vários grupos surfaram na onda que ele criou, repetindo a fórmula dos ‘bloquinhos’ para emplacar sucessos. Diante da mesmice, o artista decidiu remar contra a maré e pretende trazer uma novidade que agrade o público, sem copiar ninguém.
“Eu acho que o naipe está há muitos meses já, com disputas de naipe em vários lugares, e fica se repetindo, né?! Chega o final de semana e a gente já sabe como é, são sempre as mesmas coisas. Já está na hora de mudar. Eu penso assim, gosto de trazer coisas novas para a galera”, declarou.
O cantor acredita que apresentar algo diferente para o público foi a razão da banda Ah Chapa ter ganhado espaço ao lado de outros grandes nomes do pagode da Bahia, mesmo com pouco tempo de estrada. Por isso, ele deseja colocar um ponto final no naipe baiano e focar em uma nova vertente do ritmo musical.
Como já está todo mundo fazendo bloquinho, copiando as mesmas coisas que eu estava fazendo, vou fazer algo diferente, com um som novo
vocalista da banda Ah Chapa Lekinho
Sem rodeios, o artista explicou o motivo de sentir que tem autoridade para encerrar o naipe baiano, defendendo que foi o responsável pelo surgimento dele: "Eu que criei esse swing, essa batida, e a galera fez a dança em cima. No caso, eu fiz 80% do caminho e os 20% foi o pessoal que fez a dancinha. Por isso que eu falo que trouxe o naipe".
Carnaval sem naipe?
Desde que as primeiras declarações de Lekinho sobre o fim do naipe circularam nas redes sociais, as pessoas questionaram como o cantor tiraria as músicas que possuem coreografias do repertório, ainda mais no Carnaval de 2025, ano de estreia da banda Ah Chapa na folia soteropolitana.
Ao MASSA!, o artista revelou que vai manter algumas canções nos shows, mas que pretende parar de lançar bloquinhos daqui para frente: “Eu vou fazer um apanhado com naipe e depois, no meado do show, já começo a fazer o novo EP. Vai ser 50% naipe e 50% do novo que eu já estou trazendo”.
Inclusive, Lekinho está indeciso sobre qual será a aposta dele para concorrer ao título de música do Carnaval. O rapaz estava pensando em inscrever ‘Na Bonequinha’, mas agora cogita trazer uma canção dessa nova fase profissional para a disputa momesca.
E por falar na folia, o vocalista da banda Ah Chapa contou ao Portal MASSA! que está em fase de negociações para puxar um trio na maior festa de rua do mundo. Até agora, datas e horários ainda não foram definidos, mas o martelo já está sendo batido e ele deve participar dos circuitos Dodô, na Barra-Ondina, e no Circuito Osmar, no Campo Grande.
Por fim, Lekinho afirmou que o EP diferenciado de pagodão ainda está em processo de criação. A previsão é de que o projeto tenha seis músicas e revolucione o verão de novo.