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Chegou Ah Chapa! - 23/08/2024, 07:00 - Dara Medeiros

"Eu revolucionei o pagode", garante vocalista da banda Ah Chapa

Vocalista do grupo, Lekinho abriu o jogo sobre os bastidores da nova geração do pagodão baiano

Ah Chapa é comandada pelo cantor Lekinho
Ah Chapa é comandada pelo cantor Lekinho |  Foto: Reprodução/Instagram @lekinho.oficial

Quem acompanhou o lançamento dos primeiros sucessos do pagode baiano não imaginava os rumos que esse ritmo iria tomar. Em apenas quatro décadas, o gênero musical que se popularizou nacionalmente nos anos 1990 ganhou novos instrumentos, letras, coreografias e até mais artistas para representá-lo. A transformação foi tanta que ele passou a ser chamado de “pagodão” e agora caminha para uma outra etapa: a era dos “bloquinhos”.

Seja nas redes sociais, nas rádios e aplicativos de música ou nos famosos paredões, os bloquinhos fazem um sucesso estrondoso e se tornam cada vez mais pedidos pela galera. Para o cantor Alexsandro Aragão Carneiro, mais conhecido como Lekinho, o trabalho dele como vocalista da banda ‘Ah Chapa’ tem feito total diferença na atual geração do pagodão. Em entrevista ao Portal MASSA!, o artista de 28 anos de idade se definiu como o grande impulsionador deste movimento.

Aspas

Depois que eu estourei o bloquinho, todo mundo agora só quer fazer bloquinho, então pode-se dizer que eu revolucionei o pagode

Lekinho

Mas afinal, o que são os bloquinhos?

Os bloquinhos de pagodão são nada mais e nada menos do que a junção de várias canções em um único “bloco” musical, e é justamente daí que surgiu esse nome. Antigamente, as pessoas chamavam essa técnica de “pot-pourri” ou “medley”.

Apesar de não ser uma grande novidade, a frequência em que os artistas de pagode baiano lançavam esses projetos eram espaçadas e nunca houve a criação de uma tendência como agora. “Quase ninguém fazia bloquinho, e quando fazia era uma vez na vida! A galera fazia mais CD ou músicas soltas, que chamamos de faixa”, explicou Lekinho.

Veja um dos bloquinhos de Ah Chapa:

Mas nem tudo são flores. Assim como muita gente abraçou as propostas da banda Ah Chapa e seguiu a ‘onda’ deles, há quem critique o surgimento de vários bloquinhos parecidos, especialmente dos grupos que pegam uma música pronta de outro artista e colocam suas letras por cima. Os maiores críticos foram Oh Polêmico, O Kannalha, Rick Ralley e Zé Paredão.

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Sem papas na língua, Lekinho afirmou ao Portal MASSA! que não enxergou essas críticas como indireta e garantiu que não tem medo da concorrência que surgiu nos últimos meses, pois possui características únicas para diferenciá-lo dos outros artistas.

“Eu tô tranquilo assim, porque as ideias que eu tenho são diferentes das deles. É por isso que minhas ideias deram certo no final do ano, de eu fazer esse bloquinho e bater, porque eu que fiz as misturas. Eu peguei todas as músicas que estavam batendo, misturei do meu jeito, com sentido ainda. Foi cabeça de um, refrão de outro e os bordões é o que dá o ‘punch’ pra estourar”, disparou.

Os bordões da banda ‘Ah Chapa’ chegaram para ficar

Ah Chapa tem o primeiro backdance masculino, conhecido como Elza
Ah Chapa tem o primeiro backdance masculino, conhecido como Elza | Foto: Uendel Galter/ Ag. A Tarde

Por falar em diferencial, é impossível não identificar quando uma música é da banda Ah Chapa. Sempre jogando bordões e brincadeiras em meio às canções, ainda que surjam mais pessoas com propostas parecidas, não dá para confundir. Lekinho explicou como as frases mais memoráveis surgiram e qual o significado delas.

A chamada que marcou a história da banda foi: “Chegou Ah Chapa, v&ado”. Ao ser perguntado sobre ela, Lekinho revelou que a resenha começou de forma espontânea enquanto tomava Canelinha, uma das bebidas preferidas dele. O cria do bairro Cosme de Farias também costuma falar de situações do cotidiano e das suas preferências, como “se me der Pérgola, eu vou cuspir tudo”. Não é nada combinado ou que tenha um motivo específico.

Um outro bordão conhecido pelo público e que deixou muita gente curiosa para saber o que representava foi “dedo, v&ado”. Segundo o artista, esse é um comando que ele passa para a galera dos paredões aumentarem o som no momento certo.

“Isso aí é pra poder os meninos aumentarem o som do paredão, porque tem uma mesinha que tem um botão pra esticar, pra aumentar. O pessoal achava que era dedo de dar dedo pro outro”, revelou enquanto ria.

Planos para o verão e o Carnaval 2025

Para quem não sabe, ‘Ah Chapa’ já existia, pois a marca foi criada há alguns anos por Rick Bass, que é baixista da La Fúria, compositor e diretor musical. Anteriormente, a banda era comandada por John Ferreira, apelidado de O Poeta, antes dele seguir a carreira solo. O grupo voltou com tudo há cerca de um ano, após Rick fazer a proposta de reativação para Lekinho. Do fim de 2023 para cá, o projeto deslanchou e desde então não parou mais.

Nesse embalo, o atual vocalista do grupo confessou que não esperava que a banda tomasse a proporção que tomou em tão pouco tempo, mas que agora já está de olho na folia de Salvador, onde pretende estrear em grande estilo e concorrer pelo título de Música do Carnaval.

Ah Chapa quer emplacar a música do Carnaval de 2025
Ah Chapa quer emplacar a música do Carnaval de 2025 | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

“Já tô mirando a música do Carnaval, já. Não paro nunca! E estão dizendo que é ‘Na Bonequinha’, mas eu acho que tá cedo assim, porque ainda faltam meses, né? Tipo, do jeito que eu sou, de mês em mês, de vinte em vinte dias, eu vou soltando um bloquinho novo e nisso aí eu sempre vou acertando duas, três músicas. Então eu não sei daqui pra lá o que é que eu vou acertar, o que é que o povo quer. A música é o povo que escolhe, né? Mas estão dizendo que é Na Bonequinha”, finalizou.

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