
Parte da população acredita que os trabalhadores do sexo não merecem respeito, mas esse pensamento preconceituoso ganhou mais uma razão para ser desconstruído. Um levantamento inédito da Fatal Model mostra que 94% destes profissionais sustentam um ou mais dependentes e 88% afirmam gostar do trabalho que exercem.
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Em entrevista ao MASSA!, a porta-voz da Fatal Model, Nina Sag, pontuou que existe uma diversidade de pessoas que atuam nessa área. Contudo, o censo dentro da plataforma identificou que a maioria das acompanhantes são mulheres, jovens, solteiras, sem filhos, mas com dependentes para sustentar.
Apesar das mulheres serem maioria (59,4%), observou-se, também, um número crescente de acompanhantes homens na plataforma (29,2%). A principal faixa etária é dos 25 aos 34 anos, correspondendo a 47,3% dos acompanhantes, seguido de 32% que têm entre 18 e 24 anos.
Quebrando preconceitos
Para Nina, essa pesquisa ajuda a quebrar os preconceitos sobre os profissionais do sexo.
"Os resultados da pesquisa ajudam a desconstruir preconceitos porque mostram algo que nós, acompanhantes, sempre reforçamos: somos pessoas comuns, com histórias, famílias e responsabilidades como qualquer outra", disse Nina.
O estigma e o preconceito não apenas atrapalham nosso trabalho, mas também reforçam a exclusão social.
Nina Sag

"Fingir que não existimos não elimina a nossa presença, nem o desejo dos clientes. O que buscamos é dignidade, respeito e direitos. Ao dar rosto, voz e contexto às nossas vidas, a pesquisa contribui para humanizar nossa realidade e questionar estereótipos que ainda pesam sobre a categoria", completou.
Fatores econômicos e demográficos
Também foi constatada no levantamento uma variedade de motivações que levam essas pessoas a ingressarem na profissão. Na pesquisa, 17,4% citaram o desemprego, 14,9% começaram a atuar para sustentar os filhos e 12,9% buscaram uma forma de melhorar sua vida financeira.
Quase metade dos profissionais (47%) são pais ou mães, e 94% sustentam ao menos um dependente — o que reforça o papel econômico da atividade para muitas famílias no país.
“O levantamento contemplou desde informações demográficas, como idade, gênero e orientação sexual, até aspectos de estilo de vida e consumo, incluindo hábitos de viagem, frequência em jantares fora de casa, índice de tabagismo e estado civil. Os dados foram obtidos a partir da própria base da plataforma e complementados por pesquisas aplicadas diretamente no painel de cada acompanhante”, completou Nina.
