
'Cinco contra um', 'bater uma' 'siririca'... Essas são algumas expressões populares usadas quando se fala sobre a masturbação. Apesar de antiga, ainda há muitas dúvidas e tabus em relação a essa prática. Nesta matéria você vai descobrir os mitos e verdades sobre a autoestimulação.
A sexóloga Raquele Carvalho deixa claro que a masturbação não é uma necessidade vital como comer ou dormir, porém, o desejo sexual está diretamente ligado à biologia humana. "A masturbação é uma das formas mais simples e seguras de expressar e cuidar dessa energia sexual, que é parte da nossa saúde e do nosso bem-estar", disse em entrevista ao Portal MASSA.
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Raquele também explica que as mudanças hormonais começam a acontecer a partir da puberdade e isso desperta a curiosidade e o desejo. Nesse contexto, a masturbação é uma maneira de conhecer o próprio corpo, entender o que é prazer, que tipo de toque dará satisfação e aprender a respeitar os próprios limites.
Masturbação não é feia, suja ou errada e também não é pecado. É uma forma legítima de se conhecer e explorar o próprio corpo
Raquele Carvalho - Sexóloga

Malefícios
Ainda há muitas dúvidas em relação a autoestimulação, inclusive supostos malefícios que a prática poderia provocar. Mas calma, a sexóloga destaca que não há nada de errado em se autoconhecer.
"Não há malefício nem físico e nem mental. Há mitos de que pode causar espinhas, fraqueza, infertilidade ou vício, essas são coisas antigas e sem comprovação científica. A ciência mostra o oposto, a masturbação faz parte de uma vida sexual saudável", explicou.
Mas se ligue! Tudo demais é sobra. Raquele conta que o excesso pode esconder outras causas que vão além do desejo. "Se a masturbação é feita de forma excessiva, compulsiva, impedido que a pessoa trabalhe, viva e tenha um convívio social, acende um alerta", diz, recomendando buscar ajuda médica nesses casos.
O problema não está no ato em si, mas na relação que a pessoa tem com ele, o que pode causar ansiedade, solidão ou vícios comportamentais
Raquele Carvalho
Benefícios
A sexóloga afirmou que a autoestimulação vai além da região íntima e vale a pena explorar outras áreas do corpo. Segundo ela, quando uma pessoa alcança o prazer por meio da masturbação, "libera uma série de substâncias como dopamina, promovendo bem-estar, relaxamento e prazer. Essas substâncias ajudam a reduzir o estresse, melhorar o humor e fortalecer o sistema imunológico".
Prazer feminino
Sabe aquela famosa 'siririca' ou a 'tocada do DJ' que por muito tempo foi demonizada? Raquele afirma que é essencial para que as mulheres aprendam a se conhecer e respeitar o próprio corpo.
"A masturbação é um ato de reconciliação com a própria sexualidade. Por muito tempo o prazer feminino foi tratado como algo errado, feio e sujo, mas ao se permitir viver esse momento com naturalidade a pessoa aprende a se tratar com mais carinho, a respeitar o próprio ritmo e a entender que o prazer é uma forma de autocuidado, uma forma de se curar e de se afirmar", relatou.
Culpa e vergonha
Para algumas pessoas, o ato de 'se tocar' é motivo de vergonha ou culpa, mas Raquele esclarece que não há motivos para se sentir assim.
Muitas pessoas ainda sentem vergonha ou culpa depois da masturbação e isso é fruto de uma cultura que por séculos associou o prazer ao pecado, principalmente para as mulheres.
Raquele Carvalho
"Essa culpa precisa ser descontruída. Masturbação não é feia, suja ou errada e também não é pecado. É uma forma legítima de se conhecer e explorar o próprio corpo", concluiu a sexóloga.
