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Literatura - 11/07/2025, 08:35 - Amanda Souza - Atualizado em 11/07/2025, 20:04

Contos eróticos: desejo, fantasia e descoberta através da leitura

Literatura picante ganha força, rompe tabus e ajuda a entender o próprio corpo e prazer

Contos mexem com a fantasia
Contos mexem com a fantasia |  Foto: Reprodução / Freepik

O erotismo tem ganhado novas formas de expressão, e os contos eróticos escritos por mulheres, para mulheres, vêm ocupando espaços entre os hábitos de leitura, e também no universo do autoconhecimento.

Muito além de simples entretenimento, essas histórias podem ser uma ferramenta de conexão com o próprio desejo. Segundo a sexóloga Sara Santon, em entrevista ao MASSA!, “contos eróticos podem ter um papel super importante na ativação do desejo. Eles acessam uma parte da nossa mente que é puramente imaginativa”.

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Se antes a fantasia sexual feminina era vista com desconfiança, hoje começa a ser tratada com mais naturalidade e acolhimento. “Infelizmente, a gente ainda carrega um peso histórico e cultural muito grande em relação à sexualidade feminina. Por séculos, o desejo da mulher foi silenciado, controlado e até punido”, explicou Sara.

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Não tem nada de errado em sentir prazer.

Sara Santon
Dra. Sara Santon, psicóloga e sexóloga
Dra. Sara Santon, psicóloga e sexóloga | Foto: Arquivo pessoal

Além disso, a leitura pode ajudar na identificação de desejos e sentimentos até então desconhecidos. “Às vezes a gente não tem nem vocabulário pra falar sobre o que gosta ou quer experimentar, e os contos ajudam a dar nome, a identificar sensações e desejos”, disse Sara.

Ela também afirma que escrever ou consumir esse tipo de conteúdo pode ser uma forma terapêutica de lidar com bloqueios, traumas e inseguranças: “A escrita permite que a pessoa se reconecte com o próprio corpo e desejo de uma forma segura, no tempo dela”.

A literatura pode ajudar muitas mulheres a se conhecerem
A literatura pode ajudar muitas mulheres a se conhecerem | Foto: Reprodução / Freepik

O crescimento desse nicho só tem fatores positivos associados, já que, quando mulheres escrevem para outras mulheres, elas falam de desejo com mais sensibilidade, saindo do lugar de objetificação e focando no prazer.

Erotismo e liberdade

Ana Carla Barrameda é uma escritora que está se conhecendo e lançando o livro "Histórias de uma jornalista", protagonizado por Izadora, uma jovem repórter que, ao investigar o universo do sexo para uma matéria, acaba embarcando numa jornada íntima de descobertas.

Ana Carla conta que seu primeiro conto erótico surgiu como uma brincadeira entre amigos num sarau, e dali não parou mais. “Veio realmente como um passatempo meu. Algo que me diverte e me relaxa”, disse. Mesmo sem a intenção inicial de romper tabus, ela reconhece que escrever erotismo é, por si só, uma forma de desafiar preconceitos.

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A sexualidade feminina ainda é limitada, ainda é tolhida.

Ana Carla Barrameda
Imagem ilustrativa da imagem Contos eróticos: desejo, fantasia e descoberta através da leitura
Foto: Amanda Souza

“O que me incomoda é essa forma como a mulher é julgada. Eu sempre dizia: não confunda a obra com a autora”, pontua.

O conto

Em ‘Histórias de uma jornalista’, a protagonista se vê diante de novas experiências, algumas prazerosas, outras desconfortáveis. “Ela se culpa de algumas coisas e aprende, nesse processo, que muitas das vezes a culpa não é dela”, afirma autora.

Sobre a escrita das cenas sensuais, Ana Carla conta que buscou equilíbrio entre detalhe e sensibilidade. “Procurei trazer um pouco de poesia a cada descrição que eu fiz. Algumas cenas realmente eu até me encantei e viajei muito”. A autora se preocupa em não vulgarizar o sexo e garantir que ele seja visto como algo prazeroso e respeitoso. “Não importa se você tem muitos parceiros ou não, mas quero que o sexo seja descrito como uma coisa legal. De ser feita com quem quer que seja e que tenha prazer naquilo ali.Eu tentei trazer o equilíbrio disso”, explicou Ana Carla.

O livro “Histórias de uma jornalista em busca de uma verdade, um prazer ou algo assim…” será lançado neste sábado, 12 de julho, com uma tarde de autógrafos no Mariposa do Itaigara, em Salvador, a partir das 16h.

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