
Na hora do “rala e rola”, tem gente que esquece de tudo, né? Até do básico: a segurança. Deixar de usar preservativo pode ser um grande problema, já que os envolvidos ficam expostos a infecções sexualmente transmissíveis, e o risco vai além, trazendo o pesadelo de muitos: a gravidez não planejada.
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Para tentar corrigir o erro, no dia seguinte a mulher corre para a farmácia em busca da famosa pílula do dia seguinte. Ufa! Nada de bebê, certo? Mas será mesmo? E quais são os riscos associados a essa prática que costuma vir após um ato irresponsável?
Como funciona a tal pílula?
A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência. Segundo a farmacêutica clínica Lília Jade, ela deve ser usada apenas em situações específicas, como relação sexual sem proteção, falha de outro método (como uma camisinha rompida) ou em casos de abuso sexual.
“Ela tem uma dose hormonal de 10 a 15 vezes maior do que a pílula anticoncepcional comum. Sua função é atrasar ou inibir a ovulação”, explica Lília, que reforça ainda que é um método de emergência, e não contínuo.

Apesar de a bula permitir o uso em até 72 horas após a relação sexual, a farmacêutica reforça que quanto mais cedo a pílula for tomada, maior a eficácia. “De acordo com a bula, a pílula do dia seguinte pode ser utilizada em até 72 horas. Mas se a mulher utiliza entre 12 a 24 horas após a relação, a gente tem uma garantia maior de eficácia”, orienta.
E tem mais: se o óvulo já foi liberado, ou seja, se a mulher está no período fértil, a chance de falha aumenta. “Se a mulher já está no período fértil, ela já ovulou, a pílula do dia seguinte não tem tanta eficácia assim. Por isso que é necessário que a mulher se conheça, que ela tenha atenção, utilize aplicativos com relação à janela fértil”, completa.
Efeitos colaterais existem
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, dor de cabeça, vômitos e alterações no ciclo menstrual, como atrasos ou antecipações.
Se a mulher utilizou a pílula do dia seguinte e vomitou em até uma hora após o uso, ela precisa repetir essa dose da pílula do dia seguinte.
Lília Jade

Uso frequente não é o ideal
O uso frequente da pílula de emergência não é indicado. Lília Jade lembra que o uso repetido pode causar desregulação do ciclo e até dificultar a percepção do período fértil, o que aumenta o risco de gravidez.
O uso contínuo da pílula do dia seguinte não é ideal, porque realmente pode impactar na saúde da mulher como um todo.
Lília Jade
Além disso, a eficácia pode ser reduzida em determinados perfis, segundo a especialista. “A pílula do dia seguinte à base de levonorgestrel não tem eficácia para mulheres que passaram por cirurgia bariátrica absortiva”. E, no caso de mulheres com obesidade, a pílula à base de levonorgestrel tem a eficácia reduzida.
Métodos alternativos
A pílula do dia seguinte é um método de emergência para prevenir a gravidez. Para prevenir essa gravidez de uma forma mais contínua, é necessário que essa mulher possa utilizar outros métodos de contraceptivos contínuos.
Sobre métodos mais seguros, Lília orienta que “existem muitos métodos contraceptivos hormonais e não hormonais também. O ideal é que a mulher busque um profissional qualificado para adequar o método às suas necessidades individuais”.

Há muitas opções possíveis como a camisinha, o Dispositivo Intrauterino (DIU), o Implanon e o anticoncepcional oral. A pílula do dia seguinte é um recurso importante, mas deve ser usada com consciência e somente em emergências.
Se você já recorreu a ela mais de uma vez no mês, talvez seja hora de conversar com um profissional de saúde e escolher um método mais adequado para o seu estilo de vida.