
Numa era em que o poder público, pais e responsáveis têm buscado estratégias para reduzir o contato de crianças e adolescentes com as telas, o projeto "Livres Livros" pode ser visto como um exemplo. Existente desde 2015, quando, naquela época, a proibição do uso de celulares em salas de aulas ainda não era tema de discussão, a iniciativa promove há 10 anos o estímulo e o acesso à leitura.
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Nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, data em que é celebrado o Dia Internacional da Doação de Livros, o MASSA! traz a história desse projeto que, por meio de minibibliotecas, instaladas em espaços públicos de Salvador e cidades da região metropolitana e do Recôncavo Baiano, proporciona à população o direito e a oportunidade de ter contato com a leitura. A iniciativa permite, também, que as pessoas peguem livros sem a obrigatoriedade de devolvê-los e, ao mesmo tempo, incentiva a doação desse tipo de material para que mais membros da sociedade tenham acesso a livros.
"A gente foi identificando que, além do preço do livro, que no Brasil ainda é elevado, a grande maioria da população tem o primeiro acesso ao livro através das escolas públicas, e muitas das escolas públicas municipais e estaduais não possuem biblioteca. Então, é muito cruel a gente sustentar a narrativa de que as pessoas não gostam de ler, quando o próprio Estado não assegura esse direito. A partir disso, a gente colocou o livro no caminho das pessoas, através de uma casinha de livros que fica aberta 24h. Não tem controle, não tem burocracia, basta abrir e pegar. Quem pode, doa. Quem não pode, pega", explicou Raissa Martins, idealizadora do projeto Livres Livros.

Além da capital baiana, as minibibliotecas também podem ser encontradas em espaços públicos das cidades de Mata de São João, Camaçari e Cachoeira. Em Salvador, elas estão distribuídas nos bairros de Tubarão, Sussuarana, Nordeste de Amaralina, Costa Azul, Itacaranha, São João do Cabrito, Pituba, Itaigara e outros. "Com essa iniciativa, a gente imaginou que qualquer pessoa, como morador de rua, aquelas pessoas que estão trabalhando na rua à noite e as que têm um horário diferente, teriam acesso a isso. Então, começamos esse movimento em 2015, e hoje, a gente já tem mais de 65 unidades instaladas em mais de cinco municípios"
Para a realização desse projeto, o Livres Livros também conta com empresas parceiras que cedem espaços para a instalação das minibibliotecas, como é o caso da organização Grupo Civil, localizada no bairro do Costa Azul, em Salvador.
"Acreditamos que a leitura é um dos caminhos mais poderosos para o crescimento pessoal e profissional. Por isso, incentivar o hábito de ler dentro e fora da empresa faz parte dos nossos valores. A parceria com o projeto Livres Livros nos permite contribuir para a democratização do acesso à leitura, ampliando o impacto social dessa iniciativa tão transformadora. No Civil Towers, sede do projeto, proporcionamos esse acesso também aos colaboradores do condomínio e demais empresas ocupantes do empreendimento", disse Lydia Marback, diretora de Patrimônio do Grupo Civil.