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Tragédia - 28/11/2024, 18:27 - Luan Julião e João Grassi - Atualizado em 28/11/2024, 19:01

Moradora relata tristeza e angústia em busca por jovem soterrado

Tragédia abalou a comunidade, que ainda se recupera do choque

Noemi Barbosa, agente comunitária e moradora do bairro
Noemi Barbosa, agente comunitária e moradora do bairro |  Foto: Denisse Salazar / AG. A TARDE

As buscas por Paulo Andrade, de 18 anos, soterrado após um deslizamento de terra no bairro da Saramandaia, em Salvador, seguem nesta quinta-feira (28). O incidente ocorreu na manhã da última quarta-feira (27), quando a casa onde ele vivia com a mãe e o irmão, de seis anos, foi soterrada. Apesar das 24 horas de buscas, o jovem ainda não foi encontrado e equipes de resgate permanecem no local.

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A mãe e o irmão de Paulo foram resgatados com vida, mas o jovem segue desaparecido, sem dar respostas aos chamados dos bombeiros. A tragédia abalou a comunidade, que ainda se recupera do choque do deslizamento na região, marcada por episódios similares.

Em entrevista ao Grupo A TARDE, Noemi Barbosa, agente comunitária e moradora do bairro, expressou sua dor e apreensão com o caso, relembrando o perfil do jovem e as dificuldades enfrentadas pelos moradores da área.

"Sou mãe também, e conheço o Paulo desde a barriga da mãe. A gente viu nascer, viu crescer, entendeu? Infelizmente, essa tragédia, a gente não esperava, né, velho? Não esperava que fosse tão grave assim, né? Que a mãe saiu com vida, o irmãozinho saiu com vida. Infelizmente, ele, até agora, a gente não encontrou, nem com vida, nem sem."

Segundo Noemi, os riscos no terreno já eram conhecidos, embora poucos imaginassem uma tragédia dessa magnitude.

"Assim, há uns anos atrás, já teve um acontecido aqui, de um prédio desabar, mas foi há uns dez anos atrás. Inclusive, nós moradores ajudamos as pessoas do prédio a sair. Tinha muita vegetação. A gente nunca imaginou que seria tão perigoso o terreno."

A moradora também comentou sobre a presença de bananeiras no local, uma característica que muitos associam ao risco de instabilidade no solo. Com o deslizamento, Noemi relata o impacto emocional na comunidade e a dor ao ver um jovem com futuro promissor entre os escombros.

"No momento, eu não estava, tava no trabalho. Eu vim pela televisão, na empresa. E aí, quando eu cheguei aqui, me estampei, quando eu vi o terreno já abaixo. Desesperador, viu? Uma mãe que conhece ele, eu, com dois filhos... É muito desesperador."

Sobre Paulo, ela reforça as qualidades do jovem, conhecido pelo bom humor e dedicação aos estudos. "O Paulo era alegre, sim, era um menino brincalhão, gostava de jogar um futebolzinho com os amigos. Mas não era muito de ficar na rua. Sonhador, novo, estudioso. No momento, eu não via o Paulo trabalhar, entendeu? Mas estudar, ele sempre foi estudioso, ele ainda estudava."

Enquanto as equipes de resgate intensificam os esforços, a comunidade de Saramandaia segue em vigília, torcendo por um desfecho positivo para o caso que mobiliza toda a região.

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