25º Salvador, Bahia
previsao diaria
Facebook Instagram
WHATSAPP
Receba notícias no WhatsApp Entre no grupo do MASSA!
Home / Cidades

Depois da denúncia - 17/10/2024, 21:00 - Paola Pedro

“Minha vida parou”, desabafa fonoaudióloga que denunciou ex-marido por abuso

Tamires Reis conversou com exclusividade com o Portal MASSA!

Denunciante viralizou nas redes sociais ao relatar abuso do ex-marido contra filha de 3 anos
Denunciante viralizou nas redes sociais ao relatar abuso do ex-marido contra filha de 3 anos |  Foto: Olga Leiria/Ag. A Tarde

Após ter seu relato viralizado nas redes sociais, há cerca de três meses, Tamires de Sousa Reis continua na batalha judicial para que seu ex-marido, Paulo Roberto Santos de Souza Filho, seja investigado por maus tratos, abuso sexual e violência doméstica.

Em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!, a fonoaudióloga desabafou sobre toda a burocracia envolvida e mudanças drásticas que precisou passar junto à sua filha, de 3 anos, principal vítima dos abusos denunciados por ela.

Relembre o caso:
Suspeito de abusar da filha de 3 anos se defende: “Vítima de campanha difamatória"
Fono que denunciou ex-marido por abuso realiza ato em combate à violência doméstica
Vídeo: ex-funcionária rebate acusações de mãe que denuncia abuso

“[Publiquei] o vídeo em julho, mas a queixa, de fato, foi prestada há um ano e um mês nos órgãos competentes. De lá pra cá, a gente vem sofrendo um baque, principalmente por conta da pensão alimentícia que foi cortada pela outra parte. Minha vida parou”, começou a contar Tamires.

A denunciante relatou que, após publicar o relato nas redes sociais, precisou parar de trabalhar na clínica de fonoaudiologia que possuía “porque não tinha condições, não tinha horários disponíveis para ficar trabalhando”

“A babá pediu demissão por conta da situação, ela ficou com medo de estar no meio da situação e ter que depor… então fiquei sem babá, sem emprego, sem dinheiro, parei a minha vida, literalmente, para cuidar da minha filha”, expôs.

A mulher também contou que, por conta de violência patrimonial que sofreu, precisou recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) para conseguir tratamento terapêutico para a criança e à Defensoria Pública para alcançar profissionais que a representassem juridicamente.

Ela detalhou as dificuldades que enfrenta ao solicitar os serviços, que têm alta demanda e, na maioria das vezes, são vagarosos em solucionar as problemáticas da população.

Aspas

Quando você vai [utilizar os serviços gratuitos], por mais que seja horário marcado, você perde uma manhã ou uma tarde inteira

“Ainda tem a violência processual: a outra parte, como estratégia de defesa, abre diversos processos contra você - alienação parental, calúnia, difamação - e cada um deles requer um defensor. Então eles vão vencendo pelo cansaço, vencendo pela falta de verba e é a realidade que eu vejo de muitas mães, que precisam de ajuda da família, fazer vaquinha, precisam morar de favor… É algo que eu já vi que é corriqueiro, né? Antes eu acreditava que acontecia só comigo, mas não, é algo que está acontecendo com centenas, milhares de mulheres”, continuou.

Atualmente, Tamires usa seus perfis no Instagram e YouTube para dar visibilidade à causa de combate ao abuso sexual e violência doméstica, além de informar e auxiliar famílias que estejam passando por situações similares à denunciada por ela.

Ao MASSA!, ela contou que recebe diversos relatos de “mulheres que precisaram sair do país, que de fato fugiram com seus filhos, para que não perdessem eles para o genitor, que na maioria dos casos foi quem abusou das crianças”, por exemplo.

Aspas

É uma triste realidade que a gente vive

Denunciante Tamires Reis

“No momento, eu continuo tendo essas dificuldades financeiras. Meus advogados são pro bono, estou também pela Defensoria Pública, mas continuo lutando por justiça, fazendo o que eu posso, tentando ajudar outras mães, da forma que eu posso”, falou.

“A gente precisa contar a nossa história, botar para fora, se sentir acolhida de alguma forma, porque fica na cabeça de que o que a gente fala não vai ser validado. Então, quando a gente encontra uma pessoa que passou pela mesma situação e que está ali, de coração aberto, te ouvindo, a gente acaba se sentindo acolhido e há um conforto. A gente se conforta nas nossas dores”, completou.

exclamção leia também