A fonoaudióloga Tamires de Sousa Reis promove, pela segunda vez, uma caminhada em prol ao combate ao abuso sexual infantil e violência doméstica. A mãe de uma menina de 3 anos ganhou visibilidade após expor nas redes sociais os abusos que a criança sofria do genitor, além de detalhar o relacionamento turbulento que viveu durante 10 anos com o ex-marido.
Relembre o caso:
Chocante! Vídeos mostram comportamento abusivo de homem suspeito de violentar a filha
Suspeito de abusar da filha de 3 anos se defende: “Vítima de campanha difamatória"
Vídeo: ex-funcionária rebate acusações de mãe que denuncia abuso
Em conversa com o Portal MASSA!, Tamires explicou que, primeiramente, a iniciativa foi tomada por seus familiares e seguidores, no período imediatamente após o ‘boom’ do caso na mídia. Agora, ela tomou a frente do ato, que acontecerá no próximo sábado (19), a partir das 9h, em frente ao Shopping da Bahia, no Iguatemi.
“A partir dali, as pessoas ficaram pedindo a segunda caminhada. Quando foi agora, eu consegui organizar junto com outras mães que também estão passando pela mesma situação na Justiça, aguardando medida protetiva por contra de abuso sexual do genitor das filhas”, afirmou.
“É uma caminhada que a gente escolheu que acontecesse em outubro justamente por ser o mês das crianças e por ser, também, o mês que marca essa luta da violência doméstica contra as mulheres”, afirmou a fonoaudióloga, se referindo ao Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, celebrado em 10 de outubro.
Tamires Reis detalhou que a ação consiste, principalmente, na entrega de panfletos informativos dos órgãos responsáveis que fazem os atendimentos, como a 1ª Vara de Violência Doméstica e o Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual (Viver).
"A ‘caminhada’ foi pensada para que a gente possa divulgar para a população a necessidade de abrirmos os olhos para esta causa, de lutarmos por esta causa. O que eu mais observei após esses 1,3 milhão de visualizações do meu vídeo é que muitas mulheres vieram entrar em contato comigo [para relatar] que elas passam por essas violências domésticas, têm seus filhos sendo abusados e muitas vezes não fazem a denúncia, não abrem um boletim de ocorrência por medo, por vergonha, por dependência emocional, por ameaça. São diversos fatores”, contou.
“Os familiares, vizinhos, irmãos, muitas vezes não percebem ou não querem enxergar que aquele seu familiar, aquele seu vizinho está passando por uma situação de violência, porque preferem fechar os olhos e não comprar essa briga. A gente precisa alertar a população de que essas situações podem estar acontecendo do nosso lado e nós, como cidadãos, como seres humanos, temos o dever de denunciar”, continuou.
Tamires reforçou que as denúncias podem ser feitas de forma anônima e, a partir dela, “você pode estar salvando uma vida”. “Se cada um salvar uma vida, no final o coletivo vai estar salvando centenas, milhares de vidas. Esse é o principal objetivo da nossa caminhada: alertar a população para abraçar e lutar pela causa com o intuito de salvar vidas, proteger as nossas crianças e chamar a atenção das autoridades”, completou.