
A sala do teatro do Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360, localizado no bairro de Nova Constituinte, foi palco para o encerramento das atividades do Julho das Pretinhas, iniciadas no começo do segundo semestre deste ano. Mas as ações continuam! Na oportunidade, os integrantes do Instituto Calu Brincante e Bonde da Calu, idealizadores da iniciativa, deram spoiler do projeto Novembro Pretinho, previsto para acontecer a todo vapor em 2026.
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A ação terá o mesmo propósito do Julho das Pretinhas: conscientizar, oportunizar, emponderar e dar voz e espaço para crianças e adolescentes negros. Quem explica mais sobre a proposta é Cássia Valle, responsável pela criação e coordenação do Bonde da Calu, escritora e atriz.
"Enquanto o Julho das Pretinhas trabalha especificamente com o protagonismo das mulheres, porque vem muito do Julho das Pretas, para o Novembro Pretinho estamos pensando em abrir essa roda com novas programações, podendo ter novos protagonistas para além do protagonismo feminino. Trabalhamos empoderamento, representatividade, identidade. São temáticas que já estão dentro do próprio Bonde da Calu e em todas as nossas ações que são formativas e vinculadas com a questão do pertencimento", disse.

As centenas de garotinhas e garotinhos que estavam na plateia assistiram ao recital 'Maria Felipa', que, por meio de canções, apresentação teatral e dança, contou a história e homenageou uma das maiores figuras da resistência feminina na história da Bahia. Para Cássia, a performance pode despertar nas crianças que assistem ao espetáculo, o interesse e a vontade de um dia também estarem ali.
"A ideia é que as crianças que estão na plateia olhem para as que estão no palco e saibam que eles e elas também podem estar ali. Quando a gente trabalha pensando na criança, é pensando nesse futuro, nesse país que quer ter um futuro e que precisa ser um país do futuro. Mas para isso, essas crianças precisam ter informação, né? Precisamos ter crianças que saibam quem são elas. Saber quem você é já é muito importante. Saber que os passos vêm de longe, saber da ancestralidade. Os nossos espetáculos são sobre isso", destacou.

Ayana Dantas tem 14 anos, mas, desde os 7 que ela faz parte das ações do Bonde da Calu. Moradora do bairro do Uruguai, na Cidade Baixa, a adolescente foi uma das personagens que deu performance a Maria Felipa. Mesmo tão jovem, Ayana já consegue mensurar e perceber as mudanças positivas que o projeto proporcionou à sua vida. “Esse projeto é muito importante pra mim porque é onde tudo começou. Foi com ele que comecei a me desenvolver porque eu era muito tímida, mas fui perdendo a vergonha na medida em que comecei a fazer as aulas de teatro. Com o passar do tempo, comecei a me sentir livre. Quero que outras crianças e adolescentes tenham essa oportunidade”, declarou ao MASSA!.
Interessados em conhecer mais sobre a iniciativa e se inscrever em um dos projetos, pode ficar atento às informações publicadas no perfil @calubrincante, no instagram.
