Dois buzus do Transporte Público de Salvador foram incendiados apenas nesta semana, todos em retaliação a mortes supostamente causadas por ações da polícia. E, por causa deste transtorno, cinco bairros de 'Salcity' continuam sem serviço de transporte nesta quinta-feira (17).
Leia mais:
Rodoviários discutem retorno de ônibus em Salvador: "Não nos sentimos seguros"
Após casos de violência, circulação de ônibus é suspensa em Pero Vaz
Quatro bairros de Salvador estão sem ônibus nesta quinta
Em papo com o Grupo A TARDE, César Nunes, presidente da Integra, empresa responsável pelos ônibus coletivos da cidade, lamentou os incêndios criminosos e apontou os problemas causados para rodoviários e o público.
"O prejuízo financeiro existe, é significativo, gira em torno de 850 mil reais cada coletivo, cada ônibus que foi incendiado, dependendo se teve ou não financiamento. Mas o mais importante para a gente, muito mais significativo, é a questão do impacto na saúde mental dos rodoviários. É o impacto na população que deixa de ser assistida por esse serviço público essencial de transporte de passageiros. Isso sim está nos preocupando muito porque gera um clima de pânico, de terror na cidade em razão da falta de segurança", comentou.
Segundo levantamento do Grupo A TARDE, nove ônibus foram incendiados em Salvador somente este ano. Os atos de vandalismos já geraram um prejuízo acima de R$ 7 milhões aos cofres públicos. Entre os nove coletivos queimados, oito faziam parte da frota convencional da prefeitura, e um era elétrico, do Governo do Estado.
Veículos destruídos por esse tipo de ato, segundo a Semob, não retornam para a operação. Com isso, a população passa a contar com um veículo a menos na linha em questão e, consequentemente, o tempo de espera para pegar um buzu se torna maior.