Brochar é um evento incômodo, mas, na maioria das vezes, inevitável. Só no Brasil, cerca de 25 milhões de homens sofrem com a impotência sexual e apenas a ideia de “não dar conta” faz com que muitos deles se previnam e consumam medicações para garantir uma relação duradoura e satisfatória.
Por isso, o Portal MASSA! conversou com Pedro Gouveia, diretor médico da Clínica Urológica da Bahia, para tirar todas as dúvidas - e curiosidades - dos leitores em torno das principais substâncias encontradas nos medicamentos para ereção.
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O especialista explicou que essa classe de medicação, apelidada IPD 5, é formada por inibidores de uma enzima que, no processo do seu efeito farmacológico, acabam provocando ereção.
“São medicações que atuam inibindo a mesma enzima no corpo da pessoa. Não existe uma melhor do que a outra, não existe uma que tem um efeito mais potente sobre a potência sexual ou ereção do que a outra. O indivíduo A pode gostar de usar mais uma do que o indivíduo B, pois o que elas têm de diferença é o tempo de ação”, detalhou.
Diferenciando os comprimidos mais conhecidos - Cialis (tadalafila), Viagra (citrato de sildenafila) e Levitra (cloridrato de vardenafila) -, o médico esclareceu que todos os medicamentos são “muito bons e seguros, que não fazem mal para o homem de uma forma geral”.
Segundo Gouveia, a tadalafila tem um efeito mais prolongado dentre as três citadas: em uma posologia de 20mg, o efeito dura em torno de 36 horas. Em seguida vem a vardenafila, durando, habitualmente, 12 horas com a mesma posologia. O efeito mais curto fica por conta da sildenafila, o citrato: cerca de 4 a 6 horas, na posologia de 50mg.
“Elas têm uma contraindicação absoluta, que é quando a pessoa usa derivados do nitrato. Podem ser usadas ao mesmo tempo em que a pessoa toma uma cervejinha, uma bebida, que não tem problema nenhum, mas são medicações que, por haver contraindicação, devem ser orientadas e prescritas por médico habilitado”, garantiu.
"A grande questão hoje é que se banalizou muito, principalmente por conta de alguns influenciadores digitais irresponsáveis. Em meio a tanta influência, acaba que a droga vem sendo muito banalizada e utilizada por um público jovem que não deveria estar utilizando”, disse.
Ainda sobre o comércio desenfreado para “não pacientes”, o diretor médico ressaltou que essas pessoas tendem a criar uma espécie de dependência psicológica, uma vez que ficam satisfeitos com o resultado.
“Se o paciente tem uma sensação boa do efeito, porque é um doping sexual, então ele passa a virar um ‘super-homem da ereção’. Se vendo naquele cenário, passa a utilizar a medicação de forma recorrente. Lá para as tantas, um dia, ele está sem a medicação e vai ter uma relação lá, vamos dizer, com sua namorada ou namorado, e não consegue ter relação simplesmente porque ele não tem a droga. Por não estar com aquela ‘bengala’, acaba broxando, não conseguindo ter uma ereção satisfatória, então ele fica psicologicamente dependente da medicação. Isso não é regra, mas pode acontecer”, contou.
“Se o desempenho sexual está ruim, eu aconselho a procurar o médico, antes de usar qualquer medicação, principalmente as para ereção, para bater um papo a respeito disso, porque tem muita coisa que pode ser feita para ajudar a colocar o paciente nos trilhos e ele ter uma vida sexual mais equilibrada ou normal”, orientou o urologista.