Ainda considerada um tabu, a masturbação feminina pode trazer grandes benefícios para mulheres de todas as idades, até mesmo durante a menopausa. Esse tema bastante polêmico foi recentemente levantado pela atriz Claudia Raia, que apresentou benefícios e incentivou suas seguidoras nas redes sociais a se tocarem.
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A chegada da menopausa, marcada pelo fim do período reprodutivo das mulheres, traz consigo também algumas mudanças hormonais, como a diminuição da libido e ressecamento vaginal. Todas essas mudanças acabam causando desânimo à mulher, que muitas vezes acredita que, com a chegada da menopausa e do fim reprodução, chegou ao fim a sua vida sexual.
No entanto, é preciso compreender a masturbação feminina como uma forma de autoconhecimento e autoestimulação, sem culpas e vergonhas, que pode trazer diversos benefícios e até melhorar a relação a dois.
Desmistificando a masturbação feminina
Ainda cercada de preconceitos, machismo e tabus, a masturbação feminina, popularmente conhecida como ‘siririca’, é sinônimo de vergonha para algumas mulheres, seja por conta de questões religiosas, ou até culturais, que causam a condenação do ato. No entanto, é preciso compreender que a prática, além de garantir o autoconhecimento, é benéfica à saúde e aproxima a mulher do orgasmo.
“A masturbação é uma experiência muito prazerosa, natural e saudável. É a melhor oportunidade para explorar nosso corpo e descobrir aquilo que, de fato, nos excita. Seja o toque, a forma do toque, o ritmo, e com qual frequência nos masturbamos. Isso nos proporciona descobrir a forma que nosso corpo reage ao toque, carícias e estímulos também do outro. A masturbação é a melhor forma da mulher se conectar a si, ter domínio sobre o prazer, garantindo a autonomia sexual”, explica a sexóloga Raquele Carvalho, ao Massa!.
A masturbação funciona de forma natural, e é preciso ter uma conexão com a mente durante o ato, para atingir o orgasmo de uma forma mais plena. “É um momento de relaxamento, não adianta fazer com culpa, se não você não vai conseguir alcançar o orgasmo que você tem a possibilidade de alcançar”, completou.
A prática, que deve ser incentivada em todas as fases desde a adolescência, se torna ainda mais cercada de tabu em uma fase específica da vida da mulher: a menopausa. O ciclo que chega cercado de medos e inseguranças, precisa ser visto com outros olhos, ainda mais quando o assunto é a vida sexual neste período.
Chegada da menopausa não é o fim
Com a chegada da menopausa, as mudanças hormonais se tornam ainda mais presentes na vida da mulher, o que pode causar medo e angústia. No entanto, é necessário entender que a rotina sexual da mulher não para por aí. Driblar todo o medo e tabu é o primeiro grande passo neste período de ressignificação.
“As mulheres que estão na menopausa precisam entender que não é o fim da vida, é o início de uma vida diferente. Nós passamos por ciclos diferentes nas nossas vidas, adolescência é um ciclo, gravidez é outro ciclo e o período da menopausa também. É o fim da atividade reprodutiva, mas não é o fim da atividade produtiva. Entendendo isso, a gente se liberta. Você não pode mais engravidar, mas você pode viver o sexo de uma forma mais plena”, explica a ginecologista Lorena Magalhães, ao Massa!
Entendido que, com a chegada desta nova fase, não é preciso ter medo ou receio de práticas sexuais, as mulheres precisam tratar todas as mudanças hormonais para garantir uma experiência mais tranquila no sexo nesta nova fase da vida. O primeiro passo é: consulta com ginecologista.
“É necessário consultar um ginecologista para tentar adequar a sua parte hormonal. Algumas vezes o hormônio, por exemplo, ele dá um impacto para você ter um ressecamento vaginal e aí você pode ter dor ou desconforto no ato sexual. Com um creme, um hidratante, você já pode ter uma melhora disso. Algumas mulheres podem precisar também de reposição hormonal e, principalmente, de uma orientação, de uma educação sexual, de uma consulta ou de um auxílio, para que ela viva a sexualidade de forma plena”, explicou a doutora.
As mulheres na menopausa não precisam dar um passo gigante nesta nova fase, e pular diretamente para a experiência do sexo a dois. A masturbação é um bom começo para o autoconhecimento nesta nova fase, ressignificando esse processo, que é natural na vida da mulher.
Benefícios da masturbação na menopausa
Além da conexão com o próprio corpo, a masturbação pode trazer a recuperação da lubrificação da mulher, que é comprometida nesta fase. Outro benefício importantíssimo é o alívio do estresse. A endorfina liberada no orgasmo durante a masturbação auxilia na melhora do humor e controle do estresse.
"Os benefícios vão desde o autoconhecimento do corpo, aumentar a libido, acelerar o orgasmo e aliviar o estresse. É um sedativo natural para auxiliar na insônia, é um antidepressivo natural, graças a liberação de endorfina, alivia também dores nas costas e na cabeça, porque o orgasmo é um analgésico natural, além de melhorar o sistema imunológico", elencou a sexóloga Raquele Carvalho.
Para recuperar a libido, é necessário que a mulher receba a melhor orientação de um profissional, para seu caso em específico, no entanto, há alguns hábitos naturais que podem auxiliar esse processo.
"O ginecologista vai orientar para o melhor tratamento, seja com terapia hormonal, uso de lubrificantes e hidratantes, tudo isso mediado pelo profissional. No entanto, há hábitos naturais, como a prática de exercício físico regular, que melhora a circulação sanguínea, alivia o estresse. A alimentação saudável, com nutrientes específicos, como ômega 3. Esses são fatores que podem colaborar para aumentar a libido", completou.
Estou na menopausa e quero me masturbar
A masturbação não tem segredo, cada mulher reage de um jeito diferente e tem suas preferências. Alguns apetrechos, como vibradores, lubrificantes e cremes, podem auxiliar no processo. Os 'brinquedinhos sexuais', a exemplo de vibradores, dildos e sugadores, são bastante recomendados para mulheres na menopausa.
No entanto, o ponto principal a ser considerado é prezar o conforto e o momento pessoal. "Tenha seu momento, crie seu ambiente confortável, que você se desconecte do mundo, se você curtir uma música no momento, escolha uma música ideal. Se você gostar de ver imagens, assista vídeos que te excite, também vale. O ideal é construir um ambiente confortável, para a partir disso você começar a se tocar. Uma dica valiosa que dou e gosto é: se toque em frente ao espelho", pontuou a sexóloga.
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