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Saúde em alerta - 24/09/2025, 06:00 - Kenna Martins (Correspondente Grupo A Tarde/Feira de Santana)

Feira de Santana registra aumento de casos de esporotricose

Infecção causada pelo fungo Sporothrix tem se espalhado por diversos bairros da cidade

Esporotricose pode ser transmitida por meio de mordeduras e arranhaduras de animais contaminados
Esporotricose pode ser transmitida por meio de mordeduras e arranhaduras de animais contaminados |  Foto: Ilustrativa/Freepik

O número de casos de esporotricose tem crescido de forma preocupante no município de Feira de Santana, cidade localizada no centro-norte da Bahia, e um dado chama atenção das autoridades de saúde: as mulheres representam cerca de 60% das pessoas infectadas em 2025, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Infecção causada pelo fungo Sporothrix, e transmitida principalmente por gatos, a esporotricose tem se espalhado por diversos bairros da cidade, com maior incidência no Campo Limpo, Chácara São Cosme, Jardim Acácia, Novo Horizonte e Santa Mônica.

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Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, foram registrados 78 casos de esporotricose humana na cidade, entre pessoas de 2 a 73 anos. O número, como pontua a chefe da Divisão de Controle Epidemiológico do Município, Verena Leal, se aproxima do total registrado durante todo o ano de 2024, que foi de 85 casos. “A esporotricose é uma zoonose importante porque, além de afetar gravemente os animais, também provoca sinais clínicos relevantes nos humanos. E Feira de Santana vem apresentando um aumento tanto nos casos em animais quanto nos humanos, e isso em diversos bairros”, alerta Verena.

Verena Leal, chefe da Divisão de Controle Epidemiológico de Feira de Santana
Verena Leal, chefe da Divisão de Controle Epidemiológico de Feira de Santana | Foto: Divulgação

Além do aumento dos registros, a coordenadora destaca que a predominância de casos entre as mulheres tem sido uma tendência constante nas análises realizadas. “A maioria da incidência dos casos está representada no gênero feminino. Isso representa aproximadamente 60% dos casos notificados”, afirma a gestora.

A explicação para esse recorte de gênero, como esclarece Verena Leal, está relacionada à rotina de cuidados, geralmente exercida pelas mulheres. “Principalmente os cuidados, as atividades domésticas, os cuidados rotineiros com os animais e até mesmo com aqueles que vivem nas ruas. Tem sido observado um comportamento mais presente entre as mulheres nesse tipo de interação, o que as torna mais expostas à doença”, explica.

Ações de vigilância

Apesar do cenário preocupante, a chefe do setor epidemiológico destaca que o aumento dos registros também é resultado de um sistema de vigilância mais eficiente e presente. “Quando a gente tem um registro maior de casos, isso não significa apenas o crescimento da doença, mas significa também uma observação de ações de vigilância mais frequente, mais inédita e mais resolutiva. Se a gente está vigiando aquele adoecimento, é fato que a gente vai encontrar mais casos, notificar casos que estejam aco ntecendo e tomar medidas de precaução para que a gente evite novos casos”, esclarece Verena Leal.

Segundo ela, para enfrentar a situação, a SMS tem atuado em duas frentes: Centro de Vigilância Zoonótica, onde são feitos exames em animais suspeitos, diagnóstico e orientação sobre tratamento; e o Ambulatório de Infectologia, que atende os casos humanos e acompanha pacientes diagnosticados.

A gestora reforça a importância do cuidado com os animais domésticos e com o ambiente ao redor. “Pedimos à população que observe seus animais, mantenham os quintais limpos, cortem e higienizem as unhas dos gatos para que a gente evite essa forma de transmissão, evitem contato com animais que apresentem feridas suspeitas e busquem atendimento o mais rápido possível”, orienta.

A médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Salvador (UNIFACS), Juliary Correia, explica que a esporotricose pode ser transmitida por meio de mordeduras e arranhaduras de animais contaminados e ou via contato direto com secreções de lesões na pele. O tratamento é realizado com uso de medicamentos antifúngicos. “O tratamento costuma ser prolongado e deve ser mantido por, no mínimo, 30 dias depois da cura clínica, a fim de garantir a eliminação completa do fungo”, explica.

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