As confirmações de ao menos cinco mortes e de 22 casos de intoxicação ocasionados por ingestão de metanol — por meio de bebidas adulteradas — levaram o Ministério da Saúde, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e outras instituições a reforçarem os alertas acerca do assunto, que até então continua sendo investigado pelas autoridades.
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A situação torna-se ainda mais complexa pela gravidade que a substância pode causar à saúde, podendo chegar à cegueira. Em entrevista ao MASSA!, a médica oftalmologista especialista em retina, Marcia Ishiwaki, explicou sobre sintomas, consequências e tratamento nos casos que envolvem a ingestão de metanol.
"O metanol, quando ingerido, é metabolizado no fígado. Então, em questão de cerca de seis horas após a ingestão, a pessoa começa a ter dor de cabeça, náusea, vômito, tontura. Começa a ter embaçamento visual porque a substância vai para o nervo do olho e causa atrofia. Em questão de 12 a 24 horas, pode-se ter uma perda de visão progressiva", declarou a médica.
A médica orienta que, se após o consumo de bebida alcoólica a pessoa apresentar esses sinais, procure de imediato uma emergência. "É necessário ir à emergência e fazer o tratamento para eliminar essa intoxicação. Tem que ir ao hospital, falar que ingeriu álcool e que apresentou tais sintomas. Para esse problema, o tratamento não é ocular, é um tratamento sistêmico. É o clínico, o especialista ou até mesmo o médico que estiver na emergência que vai dar seguimento aos tratamentos, porque o problema não está só no olho", disse a especialista.
Uma das principais recomendações das autoridades é que os consumidores se atentem aos locais em que comprarão bebidas, já que visualmente não há como identificar a presença da substância, como explica o farmacêutico Juscelino Nery da Conceição Filho, diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CiaTox-BA).
“É muito difícil detectar a presença do metanol porque ele tem características — inclusive cor e odor — muito semelhantes ao álcool cíclico, que é o álcool utilizado normalmente nas bebidas. Não tem como fazer essa identificação visualmente, nem através do sabor”, alertou.
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