
Muita gente vê postagens de decoração das mansões dos famosos nas redes sociais e imagina que a sensação de paz e organização são inalcançáveis para sua realidade. O que essas pessoas não sabem é que essa impressão positiva não está ligada aos objetos luxuosos ou móveis caros, mas sim ao design terapêutico, uma técnica que pode ser acessível e transformar a sua casa de uma vez por todas.
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A designer de interiores e estudante de arquitetura, Maria de Fátima Magalhães de Almeida, explica que o design terapêutico usa ferramentas da arquitetura e do design de interiores para criar um ambiente não apenas confortável, mas profundamente acolhedor para o morador.
"A arquitetura é uma forma de terapia. A gente usa muito uma ferramenta chamada neurodesign, que são essas percepções sensoriais que o indivíduo tem ali do ambiente. Qual tipo de luz a gente usa para poder acalmar mais? Qual tipo de textura a gente consegue ter uma interação melhor do indivíduo com o ambiente? Qual tipo de cor a gente coloca na parede para que essa pessoa não fique mais irritada? Então é interessante isso", disse ela em entrevista ao MASSA!.

São nos pequenos detalhes que um imóvel ganha personalidade e pode provocar diferentes sensações nas pessoas. Por exemplo, hospitais estão sempre decorados com tons claros, objetos discretos e luzes sóbrias, já lojas de fast food optam por cores chamativas, telões em LED e elementos que atraiam clientes.
"Quando a gente fala do design terapêutico é justamente a escolha desses materiais, a escolha dessa iluminação, a escolha desses elementos para que a gente venha a causar menos estresse no indivíduo, para a gente causar menos ansiedade", detalhou.
Ter um design terapêutico realmente cabe no bolso?
Viver bem não deve ser exclusividade dos mais ricos. Segundo Maria de Fátima Magalhães, é possível criar um design terapêutico que caiba em todos os tipos de bolso e transforme qualquer moradia em um verdadeiro lar.
"Esse é um mito de que a arquitetura e de que o design de interiores são feitos para quem tem dinheiro. Na verdade, hoje em dia, o que o profissional da arquitetura do design de interiores tenta fazer é mostrar às pessoas que todo mundo tem que ter direito a conforto e a bem estar", declarou.

A profissional disse que o segredo está em buscar as dicas corretas: "Uma pessoa que tem um dinheiro para poder investir mais, ela vai investir mais. Mas uma pessoa que também não tem dinheiro para investir, ela vai conseguir ter um ambiente legal se ela tiver informação certa. Se eu vou construir sem antes saber quais escolhas que eu tomo para poder fazer aquele ambiente, eu vou acabar gastando mais, porque eu vou ter cada vez mais retrabalho".
Na maioria dos casos, ter o direcionamento de quem entende do assunto é a solução mais prática. "É aí que vem a importância do profissional de design de interior e do profissional da arquitetura, justamente orientar essas pessoas a tomarem a decisão certa para que isso não venha a gerar desconforto e custo elevado", reforçou.
Saiba como decorar a sua casa gastando pouco

A designer de interiores deu os macetes para transformar os cômodos do seu lar gastando pouco. Trocas práticas podem abrir as portas para uma fase de tranquilidade e beleza dignas dos cenários de novela ou do Instagram dos blogueiros.
"A gente pode tomar várias decisões que são totalmente de baixo custo! É você colocar plantas dentro de casa, é você colocar uma iluminação um pouco mais quente, fazer uso de abajures, de pontos de luz, é muito legal isso, a gente cria um acolhimento dessa forma. Se você vai ter que pintar sua casa de qualquer forma, então quando você for tomar essa decisão é só você escolher a tinta certa", falou Maria de Fátima Magalhães.
Se ligue em algumas dicas:
➡️Iluminação mais amarelada (exemplo: abajur e pontos de luz)
➡️Troca de lâmpadas de frias para quentes em ambientes de descanso
➡️Uso de elementos e móveis feitos com materiais naturais na casa
➡️Utilizar materiais similares como opção mais acessível, como MDF
➡️Aplicação de biofilia (plantas, luz solar, etc)
➡️Priorizar tintas mais claras nas paredes
Em tempos de ansiedade, imersão nas telas de celular e computadores, trânsito estressante e uma vida cada vez mais acelerada, até mesmo a aromaterapia e o contato com elementos da natureza causam alívio e relaxamento.
Tudo que aproxima a gente da natureza, tudo que aproxima a gente do nosso estado natural, vai fazer a gente se sentir mais acolhido

“Quando a gente usa elementos materiais naturais na nossa casa, se a gente coloca uma mesa de madeira ao invés de colocar uma mesa de aço inox com vidro, a gente vai se sentir melhor. Se a gente faz uso da biofilia, coloca plantas dentro de casa, a gente vai se sentir melhor. Uma dica muito boa é a questão da iluminação, é até um pouco polêmico isso, mas quando a gente usa uma iluminação mais amarelada, a gente tem aquela aproximação com o nascer do sol, com o pôr do sol, com a iluminação natural, de fato”, detalhou a designer.
Como manter a paz com crianças e animais agitados no ambiente?

Outro ponto importante, mas desafiador, é manter a casa em ordem depois de organizá-la pensando em um design terapêutico. Para famílias com crianças e animais, a missão pode ser um pouco mais difícil.
“Os cuidados que a gente deve ter quando a gente tem criança e animal dentro de casa são gerais, né? Então, assim, se você vai pintar as suas paredes de cores mais claras, você tem que ter consciência de escolher uma tinta com acabamento lavável, porque seu filho pode chegar ali e riscar ela, e você não vai perder aquela pintura. Mais barato do que isso ainda hoje em dia, a gente tem algo muito bom que chama esponja branca ou esponja mágica, que é uma esponjinha branca que você só molha, não usa sabão e ela limpa absolutamente tudo”, orientou.
A especialista destacou que a escolha das plantas também exige atenção. “Se a gente vai escolher as plantas para dentro de casa e a gente tem presença de cachorro, de gato, de criança também, a gente não vai escolher uma planta tóxica, uma planta que seja venenosa. Então, esses são cuidados que você precisa ter”, alertou.

Além disso, a seleção dos móveis precisa ser feita com cautela. Segundo ela, é recomendável optar por peças com acabamento arredondado, sem quinas, para evitar acidentes: “Escolha móveis arredondados, que não tenham quinas. Nesse caso específico, por exemplo, de cachorro que faz xixi, que marca território, eu acho essencial que seja uma mesa, que seja um rack, se for muito próximo do chão, com acabamento realmente natural de madeira. Por conta da durabilidade, se for de MDF e o cachorro fizer xixi, ele vai rachar e você vai perder”.
Para a designer de interiores, é preciso estar sempre um pouco mais atento às escolhas de decoração e manutenção, garantindo tanto a segurança das crianças e dos pets quanto a durabilidade dos ambientes.
