
A crise é real: a pesquisa Ipsos, divulgada nesta terça-feira (7), apontou que para 52% dos brasileiros a saúde mental é o principal problema de saúde do país.
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Segundo o instituto, o número representa um "salto significativo" em relação a 2018, quando 18% dos entrevistados tinham a mesma percepção.
O levantamento, chamado de Ipsos Health Service Report, que é feito em 30 países, ainda revelou que o câncer (37%) e o estresse (33%) aparecem na sequência como as maiores preocupações de saúde no Brasil.
Veja os números:
➡️ Saúde mental: 52% (eram 18% em 2018);
➡️ Câncer: 37% (eram 57%);
➡️ Estresse: 33% (eram 19%);
➡️ Abuso de drogas: 26% (eram 42%);
➡️ Obesidade: 22% (eram 24%)
O CEO da Ipsos Brasil, Marcos Calliari, destacou que a tendência é global e tem relação direta com os efeitos da pandemia de Covid-19.
Segundo ele, a média mundial de pessoas que citam a saúde mental como principal problema passou de 27% em 2018 para 45% em 2025.
“O período pós-pandemia intensificou a vulnerabilidade emocional, e no Brasil esse crescimento foi ainda mais acentuado do que em outros países”, afirmou Calliari.
O levantamento mostra que 74% dos brasileiros dizem pensar frequentemente sobre o próprio bem-estar mental, o terceiro maior índice entre todos os países pesquisados, atrás apenas de México e África do Sul.
Mulheres mais afetadas
O tema é mais presente entre as mulheres (60%) do que entre os homens (44%), e também entre os mais jovens: 60% da geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) citaram a saúde mental como principal preocupação, contra 40% dos boomers (1947–1963).
O estudo também aponta melhora na percepção sobre a qualidade dos serviços de saúde: 34% dos entrevistados consideram o atendimento bom ou muito bom, quase o dobro do registrado em 2018 (18%). Ainda assim, 80% acreditam que a população não consegue pagar por uma boa assistência.
Entre os principais problemas do sistema, os brasileiros destacam a demora nos atendimentos (43%) e a falta de investimentos (39%). O custo dos tratamentos é apontado como obstáculo por 24%, abaixo da média global de 33%.