
Desânimo, crises, baixo rendimento nos estudos, trabalho e vida social: estes são alguns dos sintomas relacionados à depressão. Nesta segunda-feira (13), é comemorado o dia mundial de combate à doença, que é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns no Brasil. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 6,3% da população da Bahia, ou seja, quase 1 milhão de baianos foram diagnosticados com a doença em 2019.
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Os sintomas da depressão variam de pessoa pra pessoa. De acordo com a psicóloga Marcela Soares, eles "afetam a maneira como o indivíduo se sente, pensa e lida com atividades diárias, como comer, dormir ou trabalhar". Além disso, há perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas e uma predominância de sentimentos de culpa, inutilidade ou frustração com questões pequenas.
Estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e estagiário no meio audiovisual, João*, de 24 anos, relata que percebe alguns destes sintomas em seu cotidiano. "Influencia diretamente na minha vida. Porque muitos dos sintomas atrapalham a minha vida pessoal e profissional também. Por exemplo, às vezes é muito mais difícil acordar e ir para o trabalho, ou ter esse sentimento quando eu não estou muito bem, ou quando eu não estou com os remédios do dia".
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o primeiro ano da pandemia de covid-19 fez subir em 25% a prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. Na terapia há 5 anos, João explica que correu atrás do processo terapêutico durante este período. "Foi quando eu falei assim: 'preciso de terapia, preciso cuidar da minha saúde emocional e da minha mente'", conta.
A terapia desempenha um papel importante no tratamento da depressão pois aborda as causas emocionais, comportamentais e psicológicas da doença, ajudando a promover a recuperação e prevenir recaídas, além de ajudar o indivíduo a entender as origens da depressão.
Marcela Soares, psicóloga
Segundo a psicóloga, a depressão pode se tornar crônica em alguns casos, a depender de fatores como gravidade, duração e respostas aos tratamentos. O acesso ao tratamento pode ser caro, já que envolve os custos com consultas com psicólogos e psiquiatras, além de remédios. João conta que só teve acesso por conta de iniciativas que promovem preços populares.
"Sempre tinha nas manchetes, nas redes sociais: 'Não esqueça de cuidar da sua saúde mental, de procurar ajuda'. E nisso eu encontrei uma lista de psicólogos que faziam um tratamento terapêutico com um orçamento mais acessível. Foi onde eu encontrei minha psicóloga. E tô com ela desde então", diz.
Ao Portal MASSA!, a psicóloga Marcela Soares ainda deu alguns conselhos para quem pode estar enfrentando a depressão:
- Evite se culpar por estar se sentindo assim. A depressão é uma condição médica, não o reflexo de quem você é.
- Evite o isolamento. Mesmo que a vontade de se isolar seja forte, tente manter contato com pessoas próximas.
- Converse com alguém de confiança. Não tenha vergonha de pedir ajuda; a depressão não precisa ser enfrentada sozinha.
- Marque uma consulta com um profissional da saúde, como psicólogo ou psiquiatra. Eles poderão oferecer um plano de tratamento adequado.
- Tenha paciência com o processo. A recuperação leva tempo, e é normal não se sentir melhor, imediatamente após iniciar o tratamento.
Projeto Curare realiza atendimentos psicológicos gratuitos

Neste mês comemora-se o Janeiro Branco, uma campanha nacional que visa promover a saúde mental e emocional da população brasileira. Retomando atividades no último sábado (11), o Projeto Curare, organizado pela Guarda Civil Municipal (GCM), é uma das iniciativas inseridas no mês de conscientização.
A ação tem atendimentos gratuitos aos sábados, por ordem de chegada, das 8h às 12h, na Lagoa dos Pássaros, no Stiep. Com uma equipe formada por assistentes sociais, psicólogos, servidores e voluntários, o projeto oferece rodas de conversa e atendimentos individuais ao ar livre.
“O intuito é trabalhar as questões psicológicas da população carente, que não tem recurso financeiro suficiente para procurar um profissional. Juntamente com psicólogos voluntários, atuamos no sentido de ajudar essa população para que tenha uma consulta gratuita em espaço aberto e que possa trabalhar alguns problemas, a exemplo de transtornos, ansiedade, depressão, entre outras situações”, conta o coordenador de Ações de Prevenção à Violência da GCM, James Azevedo.
Está com depressão? Saiba como buscar ajuda
Ligue para o CVV – Centro de Valorização da Vida, no número 188, ou entre no site cvv.org.br. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat
* O nome do entrevistado foi omitido por questões de privacidade