
Um dos elementos cruciais nas apreensões realizadas durante missões das forças policiais são os armamentos de diversos calibres encontrados com quadrilhas criminosas ao longo da Bahia. Nesta quinta-feira (29), as autoridades exibiram para a imprensa o que é feito com esse equipamento, esclarecendo uma curiosidade recorrente do público.
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Presente na demonstração, a reportagem do Portal MASSA! acompanhou a destruição de mais de 1200 pistolas, revólveres, armas longas e artesanais, destruídas por um rolo compressor na sede da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), no Aeroporto Internacional de Salvador.
Diferente do que muitos pensam, os armamentos recolhidos das mãos da criminalidade não são reaproveitados pela polícia, pois, segundo o diretor do DEPOM, Arthur Gallas, os materiais são diferentes dos usados pelas corporações e, por isso, considerados descartáveis.
Hoje a gente não precisa mais desse tipo de arma. Primeiro que são armas que não seguem a nossa adoção, então, assim, não justifica a gente ter uma arma dessa em uso, porque são armas destoantes das armas que nós utilizamos.
Diretor do DEPOM, Arthur Gallas
"Os investimentos em aquisição de armas de ponta, em termos mundiais, foram incrementados nos últimos anos. A Polícia Civil hoje está muito bem armada, então a gente não necessita realmente desse tipo de armamento", explicou.
Veja o vídeo:
Ainda na entrevista, o agente afirmou que o objetivo das forças de segurança é dar um fim a cerca de 30 toneladas de armas, todas apreendidas em unidades policiais do estado da Bahia, para evitar que caiam nas 'garras' criminosas novamente.
"Armas apreendidas nos últimos três anos em quatro unidades policiais, elas estão sendo destruídas através de ordem judicial e a gente está fazendo aqui [...] Até o final do ano nosso objetivo é destruir em torno de 30 toneladas de armas que nós temos apreendidas, para que a gente possa definitivamente se livrar desse armamento, para que não volte, inclusive, para a sociedade para cometer mais crimes", apontou.
Valor dos armamentos
Entre mais de uma tonelada de material esmagado nesta manhã, estavam diversos armamentos produzidos em fábricas clandestinas, como fuzis e submetralhadoras, cujo o alto valor chama a atenção.
A gente tem desde fuzis, que são na faixa de R$ 10 a 20 mil, se forem vendidos dentro do comércio formal, mas que, no comércio informal, giram em torno de R$ 60 mil, R$ 80 mil, no meio de facções criminosas
Diretor do DEPOM, Arthur Gallas
Armas letais e aumento nas apreensões
Outro ponto destacado por Gallas foram as armas letais encontradas com a criminalidade durante as missões, muitas delas fabricadas de forma artesanal. Porém, as mais potentes entre elas foram os fuzis 556, que se somavam aos mais de 400 revólveres armazenados.

De acordo com o diretor, a apreensão desse tipo de armamento pesado tem aumentado nos últimos tempos. "A gente tem observado que realmente a marginalidade tem utilizado mais armas com maior poder de fogo. Notadamente, fuzis".
No entanto, a Polícia já está esperta e preparada para o combate. "Mas a polícia está se equipando, está evoluindo muito nesse sentido também. Ano que vem a gente vai receber mais fuzis calibre 7 e, até o final do ano, mais uma quantidade razoável de fuzis, para que a gente possa ter nossos policiais à altura desse enfrentamento", declarou.
A destruição de armamentos passará a ser um ato frequente das forças de segurança da Bahia, realizada após inquérito e autorização judicial. O combate ao crime organizado segue a todo vapor e mais equipamentos de alto calibre devem ser apreendidos em futuras operações.