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PL Antifacção - 11/12/2025, 18:15 - Agência Brasil

Lei que aumenta pena para faccionados é aprovada no Senado

Chefões do tráfico poderão pegar até 120 anos de xilindró

Integrantes de facções terão penas mais duras
Integrantes de facções terão penas mais duras |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

O projeto de lei (PL) criado para combater de maneira mais firme o crime organizado avançou nesta quarta-feira (10). Com todos os votos favoráveis, o Senado Federal aprovou o PL 5.582/2025, que foi reformulado após passar pela Câmara, em novembro. Agora, o texto voltará para análise dos deputados.

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Conhecido como PL Antifacção, o texto, que passou também nessa quarta pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), aumenta as penas para integrantes de grupos criminosos. Os chefões das facções poderão receber condenações de até 60 anos, com previsão de aumento de penas em casos específicos para até 120 anos, segundo o relator. O projeto também torna mais rígidas as regras de progressão de regime e determina que os cabeças caras do tráfico e das milícias privadas cumpram pena obrigatoriamente em presídios federais de segurança máxima.

Alessandro Vieira (MDB-SE), relator do PL, explicou que seu parecer buscou aprimorar o modelo de combate a facções e milícias que exercem controle armado sobre territórios, intimidam comunidades e limitam a presença do Estado. O relator afirmou ter sido pressionado pelo lobby de diversos setores como o de corporações, da academia, dos tribunais e dos ministérios públicos.

"O lobby que não teve acesso a esta Casa, sob o ponto de vista estruturado, foi o das vítimas, foi o da população que fica diuturnamente à mercê do domínio de facções e milícias. É em homenagem a essas, que não podem aqui acionar lobbies, que a gente faz o trabalho que faz aqui", declarou.

Terrorismo

O relator removeu do projeto a tipificação do crime de “domínio social estruturado”, incluída pela Câmara para integrantes de facções, milícias ou paramilitares que controlam territórios. Vieira considerou que o conceito era amplo e pouco preciso, abrindo margem para distorções.

Por outro lado, senadores da oposição defenderam que o projeto equiparasse as ações de facções e milícias ao crime de terrorismo. Uma emenda apresentada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) com esse objetivo, porém, foi rejeitada pela maioria dos senadores.

O senador Girão ainda defendeu que o Congresso reconheça explicitamente a gravidade desses crimes. "Terrorismo a gente tem que chamar pelo nome. O que está acontecendo no Brasil é terrorismo", afirmou.

Em resposta, Alessandro Vieira argumentou que a definição técnica de terrorismo não se aplica aos grupos que atuam no país, destacando que o terrorismo tem motivação política, ideológica ou religiosa.

Mais tempo de xilindró

A ideia é que a lei endureça a vida para integrantes, financiadores e líderes de facções e milícias. Homicídios cometidos por membros desses grupos passam a ter pena de 20 a 40 anos.

O projeto define como facção criminosa qualquer organização que dispute ou controle territórios ou atue em mais de um estado. Integrar ou financiar esses grupos passa a ser punido com 15 a 30 anos de prisão. Para quem ocupa posição de comando, a pena pode ser dobrada e chegar a 60 anos.

Além disso, o relator incluiu novas situações que permitem ampliar as punições, tanto para líderes quanto para membros de facções, milícias ou outras organizações criminosas, podendo elevar a condenação máxima para até 120 anos.

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