Conhecido como “Golpe do Pix”, o caso envolvendo Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, ex-funcionários da RecordTV Itapoan, parece estar longe do fim. Os pedidos de prisão preventiva e de buscas e apreensões sobre a dupla foram rejeitados pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), conforme divulgado pelo colunista Jairo Costa Júnior.
Só que o Portal MASSA! apurou que o Ministério Público estuda os próximos passos para o caso. Um deles pode ser o ato de recorrer da decisão judicial. Em contato com Carlos Neto, advogado criminalista, que também atua como professor de Direito Penal e Processo Penal, apesar da situação deixar a sociedade ansiosa por desdobramento, a decisão tem um fundamento.
Ele [Marcelo Castro] trabalha, tem residência fixa e é réu primário, além de não ter risco para a sociedade
“Não foi um flagrante e o repórter [Marcelo Castro] não preenche os pré-requisitos para o judiciário deferir o pedido do delegado. Ele [Marcelo Castro] trabalha, tem residência fixa e é réu primário, além de não ter risco para a sociedade nos requisitos: garantia da ordem pública; garantia da ordem econômica; conveniência da instrução criminal; e para assegurar a aplicação da lei pena”, explicou o advogado em entrevista à reportagem do MASSA!.
Além disso, Neto citou que o repórter tem colaborado com a Justiça, o que implica na falta do deferimento do pedido.
Leia mais
Golpe do Pix: Marcelo Castro faz 'queixa-crime' contra Marcell Moraes
Polícia investiga pelo menos 15 novas vítimas do 'Escândalo do Pix'
Justiça nega pedido de prisão contra jornalistas do esquema do Pix
Relembre o caso
Os dois jornalistas viraram alvo da Polícia Civil da Bahia (PC-BA) após o desvio do dinheiro enviado por meio de transferência via pix para ajudar as pessoas que passam dificuldades financeiras. A situação foi divulgada publicamente em março deste ano, após o empresário do meio-campista Anderson Talisca, ex-Bahia, cobrar da RecordTV Itapoan o recibo da contribuição para abater no Imposto de Renda.
Depois da descoberta do suposto desvio, uma operação foi gerenciada pela Record para averiguar a situação. Dessa forma, várias reuniões entre a alta cúpula da emissora foram feitas, de modo a alcançar Marcelo Castro e Jamerson Oliveira.
Daniela Mazzei
Em agosto deste ano, a também ex-repórter da emissora, Daniela Mazzei, sofreu uma derrota na 16ª Vara Criminal da Comarca de Salvador, devido à falta de indícios comprobatórios para justificar a denúncia. Na ocasião, ela processou um motorista da rede de comunicação por supostos crimes de calúnia, injúria e difamação.
Isso porque a jornalista moveu uma ação após um áudio atribuído ao rapaz viralizar nas redes sociais. Declarações sobre ela e seu noivo, Marcelo, foram ouvidas por milhares de pessoas.
Mazzei alegou que o motorista enviou áudios indicando que ela supostamente estava envolvida no "escândalo do Pix" e que a mesma entrou na jogada porque ficou "deslumbrada" e "não aguentou ver dinheiro".