A invasão no presídio de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, que resultou na fuga de 16 detentos na noite de quinta-feira (12), não teve apenas o ataque a tiros como parte do plano dos criminosos. O teto de uma das celas foi perfurado pelos próprios presos enquanto o grupo disparava contra os agentes de plantão.
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De acordo com coronel Luís Alberto Paraíso, comandante da Polícia Regional na cidade, foram duas ações feitas de maneira simultânea para libertar os presos. "O grupo criminoso veio de fora do presídio, cortou a grade e começou a atirar nas guaritas. Essa troca de tiro sustentou a fuga dos elementos que desceram por cordas e fugiram pelo matagal", explicou em entrevista à TV Bahia.
Ainda segundo a reportagem, os invasores dispararam contra as muralhas e torres de vigilância, cortaram parte da cerca metálica com um alicate e acessaram uma das torres próximas ao canil e à horta. No pavilhão B, os detentos usaram uma corda artesanal do tipo 'teresa' para descer, e, em seguida, fugiram pela lateral do alambrado.
Um dos principais alvos da ação era Ednaldo Pereira Souza, o 'Dada', um dos principais 'cabeças' da facção criminosa conhecida como Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), que atua principalmente no interior do estado.
A família de Dada já tem um vasto histórico de ligações com o crime organizado. Envolvidos com tráfico de drogas, os familiares chegaram a movimentar cerca de R$ 50 mil em uma semana, em 2010.
Um dos oito criminosos envolvidos na invasão, inclusive, já foi capturado pela Polícia Civil da Bahia nesta sexta-feira (13). Ele confessou o crime e revelou que foi prometido o valor de R$ 5.000,00 para participar do resgate.