
Venício Bacellar Costa, vulgo 'Fofão' do Bonde do Maluco (BDM), por pouco não deixou a prisão sob a justificativa de cuidar do filho autista, de 6 anos. Ele, que está preso desde 2023 por tráfico de drogas, associação criminosa e porte ilegal de armas, teve o pedido de prisão domiciliar humanitária negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Segundo documentos obtidos pela reportagem do Portal MASSA!, a defesa do acusado utilizou as condições da criança como motivo para a liberação de Venício. Além disso, argumentou que sua mãe não tinha a "paciência necessária que o garoto em tal condição especial necessita".
"Importante registrar que a enfermidade do menor é incurável, podendo apenas ser amenizada com os tratamentos que recebe para a manutenção de sua qualidade de vida dentro de suas limitações", disse um trecho do arquivo, acrescentando que o garoto tinha melhoras quando se encontrava com o pai.
"Ressaltando que o menor vem apresentando melhora significativa desde quando passou a conviver diariamente com o seu genitor, ora Paciente, o qual estava com a guarda da criança, conforme comprova declaração da genitora em anexo", completou.
Diante das alegações, a ideia da defesa era de que Venício tivesse a prisão preventiva convertida em domiciliar, onde usaria tornozeleira eletrônica e teria outras medidas impostas. No entanto, o STJ manteve a decisão de que o criminoso continuasse no xilindró sob a análise de que ele é "engrenagem indispensável para o funcionamento e manutenção da organização criminosa denominada 'Bonde do Maluco'".
"Sendo assim, em analise ao caderno processual, vê-se que não existe qualquer fato novo capaz de infirmar as razões que levam ao encarceramento provisório, permanecendo, portanto, presentes os requisitos autorizadores das prisões preventivas, visto que os acusados demonstram participações destacadas no grupo criminoso em tese", detalhou o documento.
Além disso, o órgão ministerial questionou a inexistência de provas que comprovam de que Venício seja imprescindível para cuidar do filho menor com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Ainda conforme o documento, a criança possui acompanhamentos e rede de apoio para manter a estabilidade psicológica. "Verifica-se também que a criança, residente em outro estado da Federação, vem recebendo tratamento adequado para sua condição e está sendo assistida diariamente pela mãe, com a ajuda de uma babá, além de profissionais de saúde particulares".
Após dias de audiência e embates entre defesa e acusação, a Justiça decidiu que o traficante de vulgo 'Fofão' seguirá custodiado na unidade de segurança máxima do Conjunto Penal de Serrinha.